Tributação exagerada

À frente de entidades, OAB lidera movimento que contesta volta da CPMF

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2 de março de 2016, 21h07

Um evento coordenado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil reuniu 100 entidades da sociedade civil nesta quarta-feira (2/3) contra o aumento da CPMF, medida que vem sendo articulada pelo Planalto.

O presidente do Conselho Federal da OAB, Claudio Lamachia, disse que o movimento não tem donos, sendo a união dos esforços de cada entidade que trará sucesso à empreitada. Segundo ele, a Ordem replicará o evento desta quarta em todas as suas 27 seccionais, permitindo que a mensagem chegue ao maior número de pessoas.

“Este é um ato simples, mas de profundo simbolismo. O Brasil precisa de um movimento com todos os segmentos da sociedade, que representam entidades variadas, dando sinal claro para os cidadãos que não aceitamos mais carga tributária e soluções simples para resolver problemas que não foram criados por nós”, afirmou Lamachia.

O presidente da OAB refletiu ainda sobre o grande número de entidades da área de saúde envolvidas no movimento, relembrando que a CPMF quando foi criada era destinada à melhoria da saúde. “Temos dito que no Brasil faltam recursos para saúde, segurança e educação, mas sobra para a corrupção”, comparou.

O presidente da OAB de São Paulo, Marcos da Costa, afirma que a carga tributária já é bastante elevada, em especial se for considerada a baixa qualidade dos serviços públicos prestados. “É preciso que a equipe econômica se empenhe na busca de outros remédios”, diz.

O evento desta quarta marcou também o lançamento do site do movimento Agora Chega de Carga Tributária. Na página, as pessoas poderão expressar apoio à campanha assinando sua colaboração por meio das mídias sociais e acompanhar o noticiário sobre o tema.

A OAB planeja futuramente fazer uma caminhada até o Congresso Nacional, onde será entregue o manifesto elaborado pelas entidades da sociedade civil contrárias ao aumento da carga tributária, à recriação da CPMF e com outras demandas.

Declarações
“Temos que nos engajar para que o povo brasileiro tenha consciência do que está acontecendo, saibam como são usados seus tributos. Há países com taxas maiores que a brasileira, mas com serviços muito melhores”, afirmou Antonio Rodrigues da Silva, presidente da Associação Nacional dos Procuradores e Advogados Públicos Federais.

Aurélio Dallapicula, do Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas, disse que “observa-se no país todo a sangria ao bolso do contribuinte”. “Precisamos de movimentação para dar um basta a isso, não há mais como suportar a criação de novos impostos”, asseverou.

Para Luis Boudens, da Federação Nacional dos Policiais Federais, os policiais federais têm obrigação de participar desta luta, pois combatem todos os dias a corrupção. Também afirmou que as associações estaduais estarão engajadas no movimento.

“Sociedade não tem que pagar pato para manter máquina inchada que não traz benefícios à sociedade. Não existe sinalizador de para onde serão encaminhados tributos. CPMF tinha finalidade de tirar saúde do caos, o que não aconteceu”, afirmou Rogério Fernandes, da Federação dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde no Estado de Minas Gerais.

João Martins, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, explicou que o setor que representa não aguenta mais impostos, senão perderá a competitividade que possui no mundo todo. Já Antonio Vieira, da Associação Brasileira dos Jornalistas, pediu que todos se engajem em espalhar a mensagem do movimento pelas redes sociais, levando explicações à população de por que é importante lutar contra a volta da CPMF. Com informações da Assessoria de Imprensa da OAB. 

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