Discurso e plano de Temer dão destaque à Constituição, mas não à Justiça

A Constituição teve lugar de destaque no discurso de posse de Michel Temer como presidente da República interino, nessa quinta-feira (12/5) — foi o terceiro substantivo mais usado, depois de “país” e “Brasil”. No entanto, o Judiciário aparece apenas duas vezes e em passagens pouco significativas: uma em sua fala sobre a separação dos poderes, e outra quando, ao encerrar, ele pede que Deus abençoe os membros de todos os poderes (veja gráficos abaixo).

Já nas 19 páginas do documento Uma Ponte para o Futuro, elaborado pelo PMDB e apontado como o embrião do plano de governo de Temer, a Constituição tem pouco espaço. O foco do plano é financeiro: as palavras que mais aparecem são “fiscal” (28 vezes), “orçamento” e “crescimento” (19 vezes cada uma).

No apelidado “Plano Temer”, o Judiciário não aparece nenhuma vez, e a justiça, apenas de forma genérica, não como instituição. Em uma citação, o documento afirma que “crescer a economia não é uma escolha que podemos fazer, ou não. É um imperativo de justiça, um direito que a população tem diante do Estado”.

A outra aparição da palavra "justiça" se dá em um trecho que resume bem as ideias do novo governo, que mostra apreço a reformas legislativas:

“Vamos precisar aprovar leis e emendas constitucionais que, preservando as conquistas autenticamente civilizatórias expressas em nossa ordem legal, aproveite os mais de 25 anos de experiência decorridos após a promulgação da Carta Magna, para corrigir suas disfuncionalidades e reordenar com mais justiça e racionalidade os termos dos conflitos distributivos arbitrados pelos processos legislativos e as ações dos governos.”

Clique aqui para ler o discurso de Temer.
Clique aqui para ler o documento Uma Ponte para o Futuro.

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