O Plenário Senado decidiu nesta terça-feira (10/5), por 74 votos favoráveis, cassar o mandato do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) por quebra de decoro parlamentar. Houve apenas uma abstenção — da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE). Para que o parlamentar perdesse o mandato, eram necessários os votos favoráveis da maioria absoluta dos 81 senadores, ou seja, 41 votos.
Ex-petista, Delcídio foi preso em novembro do ano passado, na operação “lava jato”, por obstrução da Justiça. Ele foi flagrado em conversa com o filho de Nestor Cerveró, oferecendo propina e um plano de fuga para que o ex-diretor da Petrobras não firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público.
O senador deixou a prisão depois de decidir colaborar. Ele não compareceu à sessão desta terça, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), suspendeu a sessão por cinco minutos para designar um defensor dativo. O servidor do Senado Danilo Aguiar, diretor da Consultoria Legislativa da Casa, foi definido como representante de Delcídio.

Pedro França/Agência Senado
Delcídio ficará inelegível por oito anos. O mandato passará agora para o primeiro suplente, o empresário Pedro Chaves dos Santos Filho (PSC).
Antes da nomeação do defensor, os senadores se revezaram na tribuna para pedir a perda de mandato. Integrante do partido que representou contra Delcídio no Conselho de Ética, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o momento é de constrangimento para o Senado. “Este não é o primeiro caso que membros desta Casa que são presos, mas o caso do senador Delcídio é um dos poucos casos de prisão de um parlamentar por tentativa de obstrução da Justiça”, declarou.
O relator do processo contra Delcídio no Conselho de Ética e Decoro parlamentar, Telmário Mota (PDT-RR), disse que o mandato de Delcídio deveria ser cassado para se preservar “a própria imagem da democracia representativa”.
Durante o processo, a defesa de Delcídio pediu a nulidade do procedimento, alegando cerceamento de defesa. Disse ainda que o processo tramitou quando ele estava em licença médica e argumentou que o pedido de cassação baseia-se numa gravação obtida de maneira irregular. O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator do processo na Comissão de Constituição e Justiça, negou irregularidades. Com informações da Agência Brasil.
Comentários de leitores
3 comentários
No Pais do Faz de Conta
J. Cordeiro (Advogado Autônomo - Civil)
Sem ilusões, não fosse a intervenção do senador Renam, Delcídio seria “inocentado”, em face da manobra patrocinada pelo PSDB, através do senador Aluísio Nunes, na CCJ do Senado. Era o preço combinado, pela delação desse X9.
Já se disse que se juntarmos, hoje, o Congresso e o Judiciário brasileiro teremos o cenário perfeito para rodar uma moderna versão de “Alice no Pais das Maravilhas”.
Sérgio Soares dos Reis
Sergio Soares dos Reis (Advogado Autônomo - Família)
Tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac tic tac bummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
tchau querida dilmaaaaaaaaaaaaaaa. Presidenta queridos
princesa isabel libertou o brasil cunha libertou o brasil dessa petebada
ah! Que dia a presidenta irá visitar o lula na cadeia? Será amanhã 12 de maio quinta !!!
???
WLStorer (Advogado Autônomo - Previdenciária)
Vamos ver se ele vai cumprir a promessa e motivar a cassação de outros Senadores.
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