Voo do tuiuiú

Rodrigo Janot lidera a "migração" do combate à corrupção, diz Dallagnol

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28 de junho de 2016, 19h53

Para o procurador da República Deltan Dallagnol, os membros do Ministério Público estão “voando como aves migratórias” rumo ao combate à corrupção no Brasil, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é o líder da “migração”.

Dallagnol saiu em defesa do PGR em nesta terça-feira (28/6), em seminário promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público, em que o propósito era debater a experiência italiana no combate à corrupção e as perspectivas da operação “lava jato”.

Jefferson Rudy/Agência Senado
Janot é quem mais sofre "ataques e resistências", segundo procurador.
Jefferson Rudy/Agência Senado

O procurador, conhecido por coordenar os trabalhos da força-tarefa do MP Federal que toca a "lava jato" e pela defesa aguerrida dos projetos de lei que apelidou de "dez medidas contra a corrupção", disse ao público que Janot não está manipulando as investigações e que jamais tentou fazer isso.

Deltan colocou a si mesmo como fiador da idoneidade do PGR: “Se quisesse manipular, o procurador-geral não teria dado a possibilidade de eu indicar as pessoas para fazer parte da equipe”.

Dallagnol afirma que, apesar disso, Janot é quem mais está sofrendo com os "ataques e resistências" daqueles que criticam o trabalho do MP.

A fala do coordenador da "lava jato" ganhou tom de piada depois que Rodrigo Janot "rejeitou" o título de ave. O PGR faz parte de um grupo autodenominado Confraria dos Tuiuiús.

O nome é referência à ave pantaneira que, grande e desengonçada, tem dificuldades para alçar voo. A confraria, da qual fizeram parte os últimos três procuradores-gerais, surgiu como oposição a Geraldo Brindeiro, que ocupou a PGR entre 1995 e 2003. Usaram o nome da ave porque sempre se sentiram mais próximos da base que do topo.

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