Dentro dos trilhos

MPF não vaza casos sigilosos nem atua como justiceiro, diz Janot

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10 de junho de 2016, 18h04

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou nesta sexta-feira (10/6) que tenha partido do Ministério Público Federal o vazamento de pedidos de prisão contra a cúpula do PMDB — o presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador Romero Jucá, o ex-presidente José Sarney e o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Elza Fiúza/ABR
Janot diz que a PGR faz trabalho sério e negou interesse em ser candidato político.

Em tese, o pedido deveria correr sob sigilo judicial no gabinete do ministro Teori Zavascki, no Supremo Tribunal Federal. Depois da divulgação, o ministro Gilmar Mendes declarou que não faz sentido que se peça o sigilo de determinado processo para depois levar o caso à imprensa. Sem responsabilizar diretamente a PGR, Gilmar Mendes disse que os responsáveis pelo vazamento cometeram crime.

Janot também não citou nomes, mas rebateu críticas. “Não posso deixar de mencionar insinuações maledicentes que pululam na imprensa desde o início desta semana. Figuras de expressão nacional, que deveriam guardar imparcialidade e manter decoro, tentam disseminar a ideia estapafúrdia de que o procurador-geral da República teria vazado informações sigilosas para, vejam o absurdo, pressionar o Supremo Tribunal Federal e obrigá-lo a decidir em tal ou qual sentido, como se isso fosse verdadeiramente possível.”

As declarações foram feitas durante encontro de representantes do MPF, em Brasília. O procurador-geral disse que as insinuações feitas são um “efeito colateral do trabalho sério e responsável” que vem desenvolvendo. Afirmou ainda que não possui “transgressores preferidos” e que isso é demonstrado pelo “leque sortido" de autoridades investigadas e processadas.

“Da esquerda à direita; do anônimo às mais poderosas autoridades, ninguém, ninguém mesmo, estará acima da lei, no que depender do Ministério Público. Assim exige a Constituição; assim exige a República”, disse ele. Janot declarou ainda que não vai desviar “um milímetro dos parâmetros legais”, porque o Ministério Público não é justiceiro.

Aposentadoria anunciada
Janot negou ainda que tenha a intenção de se candidatar a algum cargo eletivo. “Daqui a um ano e quatro meses me aposentarei e não serei cliente de vocês porque, apesar das especulações veiculadas esta semana, reafirmo, aqui, que não serei candidato a qualquer cargo eletivo seja no Executivo, seja no Legislativo.” Com informações da Agência Brasil.

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