Conversas gravadas

PGR pede prisão de Renan, Sarney, Jucá e Eduardo Cunha ao Supremo

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7 de junho de 2016, 10h44

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os pedidos estão sob relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki.

Calheiros, Sarney e Jucá são acusados de tentar atrapalhar as investigações da operação "lava jato", que apura um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. Os pedidos têm como base as gravações de conversas feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e pelo seu filho Expedito Machado. A informação dos pedidos de prisão é do jornal O Globo e foi confirmada pela ConJur

No caso de Renan Calheiros, a Procuradoria-Geral da República também pediu seu afastamento da presidência do Senado, usando argumentos similares aos empregados no pedido de destituição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara e do mandato de deputado federal, o que acabou sendo atendido pelo STF.

Ao analisar o caso do deputado, o Plenário do Supremo Tribunal Federal concordou que Eduardo Cunha não tem “condições pessoais” de estar na linha sucessória da Presidência da República por ser réu em ação penal na corte. Com isso, mantiveram decisão liminar proferida pelo ministro Teori Zavascki.

Contra o deputado também há um pedido de prisão feito pela PGR. O motivo, entretanto, não é a tentativa de atrapalhar as investigações da "lava jato", mas a interferência no comando da Câmara dos Deputados, mesmo afastado do cargo.

Pedido desconhecido
O advogado dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e do ex-senador José Sarney (PMDB-AP), Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse hoje à Agência Brasil que ainda não tomou conhecimento do pedido de prisão de seus clientes.

“Daquilo que eu vi que foi causado, não existe sequer 'en passant' qualquer tentativa de obstrução de Justiça de interferência na 'lava jato'. É um momento delicado, se tiver um pedido, eu prefiro não acreditar que tenha, tenho confiança que o Supremo Tribunal Federal não vai determinar uma medida tão drástica em razão das gravações que foram expostas. Mas eu prefiro esperar. Eu estou em Londres, voltando agora.Vou antecipar minha viagem [de retorno a Brasília]”, disse o advogado.

Kakay também falou da conversa que teve com Jucá e Sarney. “Eles estão perplexos, mas confiantes de que talvez não seja sequer verdade isso. É claro que tem a perplexidade porque imagina uma gravação daquelas, sobre as conversas que vazaram, não justificaria nunca uma tentativa de obstrução”, ressaltou.

A assessoria do senador Romero Jucá disse que, por enquanto, não há nenhuma manifestação direta do senador sobre o assunto. Nesta segunda-feira (6/6), Jucá disse, em nota à imprensa, que, em relação à informação de que o Ministério Público Federal solicitou investigação ao Supremo Tribunal Federal pelas questões levantadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que está “à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento e informação que possa restabelecer a verdade dos fatos”. O senador acrescentou que colocou à disposição da Justiça seus sigilos fiscal, bancário e telefônico.

“Estou vivendo uma situação absurda, sendo atacado pelos meus adversários políticos e tendo que aguentar calado todas as formas de agressões, uma vez que não posso me manifestar sobre algo que ainda não tenho conhecimento na íntegra. Isto não condiz com um ambiente democrático e de direito de defesa”, disse.

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