Pronunciamento público

Estou perplexo, indignado e revoltado com pedido da PGR, diz Sarney

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7 de junho de 2016, 17h34

Alvo de um pedido de medida cautelar feito pela Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente José Sarney se disse “perplexo, indignado e revoltado” com a situação. Em nota à imprensa, ele diz que jamais agiu para obstruir a Justiça e que sempre prestou serviços ao país: “O maior deles, conduzir a transição para a democracia e a elaboração da Constituição da República”. “Julguei que tivesse o respeito de autoridades do porte do Procurador-Geral da República.”

Conforme foi divulgado pelo jornal O Globo nesta terça-feira (7/6), a PGR pediu que o Supremo determine a prisão domiciliar de Sarney, com tornozeleira eletrônica. Diz a notícia que o motivo seriam as conversas em que o ex-presidente aparece falando com o senador Romero Jucá e com o ex-senador Sergio Machado sobre a operação “lava jato”

De acordo com O Globo, mesmo sem cargo, Sarney pode influenciar senadores a aprovar projetos de lei que desagradam os condutores da “lava jato” e a PGR. Segundo a reportagem, Sarney “teria tido, inclusive, papel decisivo no processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff”.

Em resposta ao pedido de concessão de medida cautelar, Sarney diz que dedicou 60 anos de sua vida “ao país e à defesa do Estado de Direito”. “Filho de magistrado e de membro do Ministério Público, mesmo antes da nova Constituição promovi e sancionei leis que o beneficiam, inclusive a criação da Ação Civil Pública e as mudanças que o fortalecem”, diz, na nota.

“O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública, a minha verdadeira devoção à Justiça, sob a égide do Supremo Tribunal Federal”, encerra.

Leia a nota divulgada por Sarney:

Estou perplexo, indignado e revoltado.

Dediquei sessenta anos de vida pública ao País e à defesa do Estado de Direito. Julguei que tivesse o respeito de autoridades do porte do Procurador Geral da República. Jamais agi para obstruir a Justiça. Sempre a prestigiei e fortaleci. Prestei serviços ao País, o maior deles, conduzir a transição para a democracia e a elaboração da Constituição da República. 

Filho de magistrado e de membro do Ministério Público, mesmo antes da nova Constituição promovi e sancionei leis que o beneficiam, inclusive a criação da Ação Civil Pública e as mudanças que o fortalecem, sob a liderança do Ministro Sepúlveda Pertence, meu Procurador Geral e patrono do Ministério Público.

O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública, a minha verdadeira devoção à Justiça, sob a égide do Supremo Tribunal Federal".

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