Tentativa de intimidação

Advogado é vítima de carta-bomba em Goiânia e perde três dedos

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16 de julho de 2016, 14h10

O advogado Walmir de Oliveira da Cunha foi vítima de uma carta-bomba nessa sexta-feira (15/7) em Goiânia. O profissional perdeu três dedos e foi operado neste sábado no Hospital de Urgências de Goiás. Ele não corre risco de morte. Com a explosão, a recepção de seu escritório foi bastante avariada.

"Depois de ir ao escritório, estive no hospital para ter notícias dele. Ele está bem, consciente, mas a mão esquerda sofreu muitos danos. Existe a possibilidade razoável de que ele venha a perdê-la", disse o presidente da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil ao G1.

Em nota, a seccional repudiou o ato e informou que o vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton de Figuerêdo Júnior, garantiu que o caso será investigado. Segundo o Diário de Goiás, a Polícia Civil está tentando identificar o entregador que levou a encomenda.

A Polícia Militar informou que o mototaxista chegou ao escritório de Walmir às 17h30. A secretária do escritório disse à PM que a carta fazia o barulho igual ao de um relógio. "Walmir de Oliveira da Cunha é um atuante advogado na área do Direito Agrário e sempre se pautou na conduta ética em suas ações", disse a OAB-GO.

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, afirmou que a entidade acompanhará as investigações atentamente. "A Ordem dos Advogados do Brasil não admite que advogadas e advogados sofram qualquer tipo de represália ou constrangimento por causa do exercício da advocacia. Não existe Estado Democrático de Direito sem uma advocacia forte, capaz de fazer valer os direitos e garantias dos cidadãos."

Destacou também que a violência contra a advocacia não é algo novo, lembrando do assassinato de um advogado em Santa Catarina no começo deste ano. "É preciso lembrar que a violência contra advogados não se manifesta apenas com agressões físicas. O grampo em conversas telefônicas entre advogados e seus clientes é uma forma violenta de atacar a advocacia e também de afrontar a Constituição."

Leia a nota do Conselho Federal da da OAB:

A OAB acompanhará atentamente as investigações até que a origem do ataque seja descoberta e os responsáveis pela agressão sejam punidos de forma exemplar e legítima.

A Ordem dos Advogados do Brasil não admite que advogadas e advogados sofram qualquer tipo de represália ou constrangimento por causa do exercício da advocacia. Não existe Estado Democrático de Direito sem uma advocacia forte, capaz de fazer valer os direitos e garantias dos cidadãos.

Infelizmente, tem sido frequente o registro de violações das prerrogativas profissionais.  A OAB recebe todas as denúncias e auxilia os profissionais a terem garantidas suas prerrogativas.

Neste ano, inclusive, um colega de Santa Catarina que estava trabalhando foi morto por policiais que estavam fora do horário de serviço. A seccional catarinense da
OAB e o Conselho Federal acompanham os desdobramentos do caso para que esse tipo de crime seja exemplarmente punido.

É preciso lembrar que a violência contra advogados não se manifesta apenas com agressões físicas. O grampo em conversas telefônicas entre advogados e seus clientes é uma forma violenta de atacar a advocacia e também de afrontar a Constituição.

Vou repetir à exaustão: respeitar o trabalho dos advogados é essencial para que os direitos e garantias dos cidadãos sejam aplicados de acordo com o que estipula a Constituição. O desrespeito e a violência contra advogados é uma afronta direta à democracia brasileira."

Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB

Leia a nota da OAB-GO:

A OAB-GO manifesta profundo repúdio ao atentado contra a vida do advogado Walmir de Oliveira da Cunha, ocorrido nesta sexta-feira (15/07), no qual ele sofreu lesão corporal grave depois de receber um pacote endereçado ao seu nome. Ele não corre risco de morte e está consciente.

Walmir de Oliveira da Cunha é um atuante advogado na área do direito agrário e sempre se pautou na conduta ética em suas ações. A OAB-GO reforça que dará todo o apoio necessário ao advogado.

O presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio de Paiva, esteve no local do acidente, juntamente com o diretor-tesoureiro Roberto Serra, e o presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas, Érlon Fernandes, e designou a criação de uma comissão especial para acompanhar o inquérito. Lúcio Flávio, inclusive, está no Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) para dar o suporte necessário ao advogado.

A OAB-GO esclarece, ainda, que o presidente da Ordem entrou em contato com o vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton, que garantiu pronta, imediata e severa investigação sobre este caso.

Este é um atentado inadmissível à advocacia. A OAB-GO não aceitará esta violência descabida e reafirma que toda a advocacia irá se mobilizar contra este e qualquer tipo de violência. A Ordem não se intimidará diante de quaisquer ameaças que sofrer".

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