Fim antecipado

Cunha renuncia à presidência da Câmara e se diz perseguido por "órgão acusador"

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7 de julho de 2016, 14h04

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou oficialmente à presidência da Câmara nesta quinta-feira (7/7). A carta de renúncia já foi protocolada na 1ª Secretaria da Casa. Com a saída do agora ex-mandatário, que já era especulada há alguns dias, os parlamentares poderão escolher um novo presidente e, assim, substituir Waldir Maranhão (PP-MA), que é o primeiro vice-presidente e tem sido duramente criticado por seus pares.

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Eduardo Cunha ao lado de sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz.
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Ao anunciar sua renúncia, o parlamentar criticou as acusações apresentadas contra ele por suposta quebra de decoro parlamentar ao tentar influenciar votações no Conselho de Ética da Casa e por manter dinheiro em contas na Suíça junto com sua mulher, Claudia Cruz, e sua filha mais velha, Danielle Cunha.

As duas também são alvo de denúncia relacionada ao dinheiro enviado ao exterior sem o conhecimento do Fisco e serão julgadas pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da operação “lava jato”. Sobre esse ponto específico, Cunha foi enfático ao afirmar que os processos apresentados contra sua família não passam de ataques covardes com o único objetivo de atingi-lo.

Segundo Cunha, novos fatos relacionados a essas acusações sempre foram apresentados às vésperas da sessões do Conselho de Ética, que aprovou a cassação de seu mandato em junho por 11 votos a nove, depois de oito meses de análise sobre o caso — o mais demorado da história da Câmara.

O agora ex-presidente da Câmara justificou sua saída afirmando que a Casa está “acéfala”, não representando mais a atitude que teve quando foi presidida por ele. O parlamentar destacou como principais votações de seu mandato à frente dos deputados a redução da maioridade penal, a PEC da bengala, a correção do FGTS e a abertura do processo de impeachment que culminou no afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Especificamente sobre o impeachment, Cunha afirmou ser alvo de perseguição do “órgão acusador” por ter tomado essa decisão. De acordo com o deputado, o tratamento dado a ele é diferente de outros acusados citados nas mesmas investigações.

Cunha estava na presidência da Câmara havia 17 meses, dois deles afastado. Foi eleito em 1º de fevereiro de 2015 ao receber 267 votos dos 513 possíveis. Seu mandato terminaria no mesmo mês de 2017. O pleito foi marcado por uma disputa ferrenha entre o peemedebista e o PT, que lançou candidato próprio (Arlindo Chinaglia) mesmo tendo o próprio PMDB como parceiro de chapa nas eleições do ano anterior.

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