Luto na advocacia

Aposentadoria não afastou José Pacheco de sua dedicação à advocacia

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12 de janeiro de 2016, 10h40

[Texto originalmente publicado no jornal Folha de S.Paulo desta terça-feira (12/1) com o título Dedicação depois da aposentadoria]

Não havia mais clientes ou ações judiciais, mas José Pacheco continuava a ir diariamente ao seu escritório no bairro da Liberdade, no centro da capital paulista, e, as vezes, até mesmo ao fórum. A rotina o mantinha próximo dos colegas e da profissão que tanto amava, mesmo depois da aposentadoria.

Em casa mantinha a enorme coleção de livros, principalmente de temas jurídicos, que lia incansavelmente.

A dedicação de José às leis começou ainda na década de 1950, quando ingressou no curso de direito da USP.

Advogou por alguns anos e logo se tornou juiz, tendo passado por cidades como Pirassununga, Pitangueiras, Caconde, Descalvado, antes de ser transferido para São Paulo, onde nasceu e se tornou desembargador. Foi, inclusive, o primeiro juiz da comarca de Tambaú.

Também foi por meio da profissão que conheceu sua grande companheira, Elizabeth, que era advogada. A união, no entanto, não durou muito, com a morte dela em 1980, apenas seis anos depois do casamento. Dedicado ao emprego e à filha, José não voltou a se casar.

Com uma postura sempre séria, não era bravo, mas não admitia coisa errada. Nos momentos de lazer, gostava de viajar para Guarujá (litoral de SP) e frequentar teatros, paixão que trouxe ainda da juventude. Na época de escola, chegou a fazer parte de grupos de teatro amador, atuando como ator e diretor.

Morreu no dia 1º de janeiro, aos 90 anos, em decorrência de complicações de um acidente vascular cerebral (AVC). Deixa a filha, Monalisa, o genro, um neto e duas irmãs.

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