Nada muda

Supremo nega pedido de liberdade do pecuarista José Carlos Bumlai

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2 de fevereiro de 2016, 17h29

O pecuarista José Carlos Bumlai permanecerá na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde o fim de novembro de 2015. O pedido de liberdade feito por sua defesa foi negado nesta terça-feira (2/2) pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. Bumlai foi denunciado por suposto envolvimento no esquema de propinas que ocorria em contratos da Petrobras com empreiteiras.

Bumlai é acusado de usar contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin. Segundo os procuradores, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de R$ 12 milhões se destinava ao PT e foi pago com a contratação da Construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10 mil, da Petrobras, em 2009.

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Pecuarista José Carlos Bumlai está preso na carceragem da PF em Curitiba desde o fim de novembro de 2015.
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Os advogados de Bumlai alegam que não há motivos para que o empresário continue preso, pois ele confessou em depoimento à Polícia Federal que o empréstimo tinha por real destinatário o PT e que a quitação foi fraudulenta.

A Schahin diz que o modelo de contratação dos navios-sonda foi o mesmo praticado pela Petrobras com todas as concorrentes que prestaram o mesmo serviço. Desde o surgimento das primeiras denúncias, o PT sustenta que todas as doações obtidas pelo partido foram feitas de forma legal e declaradas às autoridades.

Usado como isca
Em depoimento à Justiça Federal em Curitiba no começo deste ano, Bumlai afirmou que foi usado por ser amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, uma instituição financeira estaria interessada em se beneficiar de contratos com a Petrobras.

O advogado de Bumlai, Arnaldo Malheiros Filho, afirmou que seu cliente foi convocado pela presidência do banco para uma reunião em 2004 e só durante o encontro descobriu que o PT queria usar seu nome para acertar dívida com publicitários e outros prestadores de serviços de campanha.

Malheiros Filho diz que o empresário tentou pagar a dívida com parte de uma fazenda, mas a oferta foi recusada pelo grupo Schahin. Segundo ele, em nenhum momento Bumlai participou de esquema de fraudes, mas foi “usado pelos sócios da instituição financeira, que buscavam utilizar-se do crédito com o PT para beneficiar-se indevidamente de negócios com a petroleira”.

A defesa de Bumlai também afirma que o pecuarista tem sido usado como se fosse “a isca perfeita para se conseguir fisgar o peixe (ou melhor, o molusco cefalópode) que muitos queriam — e ainda querem — na frigideira”. Para Malheiros, essa estratégia é falha, porque o cliente nunca se beneficiou da amizade com Lula. Com informações da Agência Brasil.

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