Mudanças imediatas

Advogado e economista pedem reformas de leis e permanência de Michel Temer

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19 de agosto de 2016, 18h26

O ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola e o advogado Nelson Wilians defenderam reformas em leis brasileiras e a continuidade do governo Michel Temer (PMDB), em evento para empresários e advogados nesta sexta-feira (19/8). O chamado almoço-palestra ocorreu no restaurante Figueira Rubaiyat, em São Paulo, e foi promovido pelo escritório Nelson Wilians & Advogados Associados e pela Global Business Group.

Para Loyola, que comandou o Banco Central nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, o presidente interino tem promovido o “desaparelhamento” do Estado e escalou uma equipe “fortemente comprometida” com mudanças na política macroeconômica. Segundo ele, a crise brasileira ocorreu por erros na gestão Dilma Rousseff (PT), e não por situações internacionais.

Felipe Lampe
Gustavo Loyola elogiou Temer, mas criticou recentes sanções de reajustes a servidores.
Felipe Lampe

O economista disse que Temer “tem gosto pela política”, enquanto a presidente afastada tinha desinteresse em dialogar com membros do Congresso.

Apesar dos elogios ao atual governante, Loyola afirmou que ele errou ao reajustar salários para camadas do funcionalismo público, em cenário orçamentário complicado, e ainda precisa aprovar reformas na Previdência e limites de gastos para o setor público.

Nelson Wilians defendeu reformas trabalhistas e tributárias e disse que, se o impeachment for reconhecido e Temer cumprir a promessa de não concorrer à reeleição em 2018, o presidente terá condições de tomar “medidas impopulares”, mas necessárias.

O advogado afirmou, por exemplo, que a legislação trabalhista deve ser revista, pois protege muito o empregado e permite “aventuras jurídicas”. “Essa legislação é de uma época em que a grande maioria do país era ignorante. Ainda temos muito a evoluir, mas já podemos flexibilizar regras.”

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Para Nelson Wilians, legislação protege trabalhadores de forma exagerada e permite “aventuras jurídicas”.
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Ele ainda avalia que é possível e necessário reduzir tributos mesmo em período de corte de gastos. “É preciso gerir bem o dinheiro e aumentar a arrecadação com a ampliação de atividades, e não a carga tributária.” Ainda segundo o advogado, essas mudanças dependem primeiramente de uma reforma política.

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, passou pelo evento e fez breve discurso, declarando que sua mensagem é de “eficiência, transparência, inovação e boa gestão”.

Também proferiu palestra no evento o diretor-presidente da Desenvolve SP (Agência de Desenvolvimento Paulista), Milton de Melo Santos. Ele mostrou números sobre o potencial produtivo de São Paulo, onde um terço das empresas brasileiras está sediada, e iniciativas recentes da agência, vinculada ao governo estadual. José Cláudio Securato, diretor-presidente da Saint Paul Escola de Negócios, comandou debates no fim das palestras.

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