Análise das provas

Justiça dá mais 15 dias para PF concluir investigação contra Gim Argello

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26 de abril de 2016, 20h39

A Justiça Federal em Curitiba deu mais 15 dias de prazo para que a Polícia Federal conclua as investigações da 28ª fase da operação “lava jato”, deflagrada no dia 12 deste mês. A operação prendeu, em Brasília, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), acusado pela força-tarefa de procuradores da operação de receber propina em troca de sua atuação política em comissões parlamentares de inquérito que investigavam a Petrobras.

No despacho, a juíza Gabrila Hardt, da 13ª Vara Federal em Curitiba, substituta do juiz Sergio Moro, entendeu que a PF precisa de mais prazo para finalizar a investigação. "Apesar das provas já referidas na decisão em questão, apontando, em cognição sumária, provas de materialidade de crimes e indícios de autoria em relação ao investigado, afigura-se salutar conceder mais tempo à Polícia Federal para melhor análise do material apreendido", decidiu a juíza.

A 28ª fase da “lava jato” investiga a comissão parlamentar de inquérito do Senado e a comissão parlamentar mista de inquérito que investigaram irregularidades na Petrobras em 2014. A prisão do ex-senador foi autorizada após terem sido recolhidas provas de que ele recebeu R$ 5 milhões em propina da empreiteira UTC Engenharia, conforme depoimento do dirigente da empresa, Ricardo Pessoa, em delação premiada.

De acordo com o Ministério Público Federal, Argello teria orientado o empreiteiro a destinar o dinheiro na forma de doações eleitorais aos diretórios nacionais de quatro partidos indicados por ele: DEM (R$ 1,7 milhão), PR (R$ 1 milhão), PMN (R$ 1,15 milhão) e PRTB (R$ 1,15 milhão). Em 2014, as siglas integravam uma coligação com o PTB, partido pelo qual o então senador tentava a reeleição.

Em depoimento prestado ontem na PF em Curitiba, Argello ficou em silêncio e não respondeu às perguntas dos delegados. A defesa de Gim Argello alega que não há provas de que o ex-senador recebeu propina e que ele não tem mais influência política para interferir nas investigações. Com informações da Agência Brasil.

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