O ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça, disse nesta quarta-feira (21/10) que o juiz que faz papel de justiceiro, como resposta para a sociedade ao combate da criminalidade e corrupção, exerce a sua função de forma errada. “O juiz não é justiceiro. Todo ativismo é preocupante”, disse, durante seminário promovido pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil que debateu a garantia do direito de defesa.
Ele afirmou que o juiz não combate o crime nem deve ser “estrela” midiática. O ministro disse ainda que não se pode fazer Justiça a qualquer custo. “As garantias não podem ser diminuídas.”
Na opinião de Cláudio Pereira de Souza Neto, secretário-geral da OAB, o magistrado deve materializar em seu comportamento a ideia de imparcialidade e moderação. “É vício para o magistrado se deixar levar pela vaidade e procurar se converter em protagonista do debate público”, disse.
Segundo ele, o juiz exemplar é aquele que toma decisões seguras e equilibradas que “exalam” autoridade “não só em decorrência daquele que a profere, mas também por causa dos argumentos usados para fundamentá-la”.
Comentários de leitores
9 comentários
Justiça e justiceiros
João B. G. dos Santos (Advogado Autônomo - Criminal)
As palavras do senhor Ministro calam fundo na consciência jurídica dos advogados penalistas que se ocupam do cotidiano forense. Juízes justiceiros e seus jogos de autoridade são a face ostensiva da negação do Direito. Não compreendem que a finalidade do processo penal é a de verificar o fundamento da pretensão punitiva e não a de forçar a sua realização a todo custo. São daquelas pessoas que passam pelo bosque e apenas veem lenha para a fogueira.
Lamentável
Katia Arjona Ramacioti (Advogado Assalariado - Empresarial)
É lamentável vermos as instâncias Superiores da Justiça com esse discurso.
Lamentável
Katia Arjona Ramacioti (Advogado Assalariado - Empresarial)
É lamentável vermos as instâncias Superiores da Justiça com esse discurso.
Comentários encerrados em 29/10/2015.
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