Paradeiro monitorado

Procurado nos EUA, ex-advogado de Cerveró entra em lista da Interpol

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26 de novembro de 2015, 14h21

O advogado Edson Ribeiro, que defendia o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, entrou na tarde desta quinta-feira (26/11) na chamada lista vermelha da Interpol, que centraliza nomes de procurados em todo o mundo. Ele teve a prisão determinada na última quarta (25/11) na operação que prendeu o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.

A inclusão foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Segundo a defesa de Ribeiro, a medida é desnecessária, porque ele está em sua casa, nos Estados Unidos, e já esperava retornar espontaneamente ao Brasil na próxima sexta (27/11). A Polícia Federal diz que o governo americano cancelou o visto de Ribeiro.

O advogado é acusado de patrocínio infiel. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, ele participou das negociações em que o senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal. Em um dos encontros — que foi gravado pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em um hotel em Brasília — o senador prometeu pagar R$ 50 mil mensais à família do ex-diretor para não ocorrer a delação premiada.

“Edson Ribeiro passou, efetivamente, a proteger os interesses do senador Delcídio Amaral em sua interação profissional com Nestor Cerveró e Bernardo Cerveró, mesmo depois de tomada por Nestor Cerveró a decisão de oferecer colaboração premiada ao Ministério Público Federal.

O advogado Edson Ribeiro recebeu do senador Delcídio Amaral, a certa altura das tratativas, a promessa de pagamento dos honorários que convencionara com Nestor Cerveró, cujo valor era de R$ 4 milhões”, diz a PGR no pedido de prisão enviado ao Supremo. Cerveró acabou firmando acordo de delação no dia 18 de novembro.

O advogado Bruno Espiñeira, que defende Ribeiro, planeja pedir ainda nesta quinta que o ministro Teori reconheça o direito do cliente de ficar detido em Sala de Estado Maior, prerrogativa para advogados sem condenação. Na falta desse espaço, a aposta é que ele responda ao processo em casa. Espiñeira ainda analisa os argumentos usados para a prisão e diz que é preciso examinar o contexto dos áudios gravados.

Ribeiro defendia Cerveró desde o início da “lava jato” e chegou a ser punido em 55 salários mínimos (R$ 43,3 mil) por ter deixado de apresentar as alegações finais do cliente no prazo determinado, segundo o juiz federal Sergio Fernando Moro.  Depois que ele apresentou a petição, a multa acabou sendo revogada. Com informações da Agência Brasil.

* Texto atualizado às 16h10 do dia 26/11/2015 para acréscimo de informações.

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