A Corregedoria da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro quer que a entidade abra processo disciplinar contra Edson Ribeiro, acusado de patrocínio infiel ao defender Nestor Cerveró na operação “lava jato”. O pedido foi enviado nesta quinta-feira (26/11) ao presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz.
A ideia da corregedoria é suspender provisoriamente a carteira do advogado enquanto ele responder ao processo. Conforme o Estatuto da Advocacia, isso pode ocorrer quando o profissional atua de forma contrária ao cliente. A suspensão impede o exercício da profissão em todo o país e pode durar de 30 dias a um ano.
“O caso merece uma resposta da casa”, afirma o subcorregedor Luiz Carlos Gagliardi, que assinou o documento com o corregedor Rui Teles Calandrini Filho.
Ribeiro teve a prisão determinada nesta quarta-feira (25/11) na operação que prendeu o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Factual, e o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. Ele está nos Estados Unidos e teve seu nome incluído na lista vermelha da Interpol.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o advogado participou das negociações em que o senador Delcídio do Amaral tentou impedir que Cerveró firmasse um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal.
A defesa ainda analisa os argumentos usados para o decreto de prisão e afirma que é preciso examinar o contexto dos áudios gravados.