Política de Ordem

Poucas filas e muito lixo marcam dia de votação na OAB-SP

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18 de novembro de 2015, 16h30

As eleições da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, que terminaram às 17h desta quarta-feira (18/11), transcorreram de maneira calma. Quase não foram vistas filas para votar e os advogados entravam na sessão eleitoral logo depois de terem se registrado, sem espera. O maior problema foi a sujeira gerada por materiais de propaganda, como santinhos.

A exceção foi a Faculdade de Direto do Largo São Francisco, que pela manhã apresentou algumas filas devido ao grande número de eleitores que preferiu votar no primeiro período do dia. Na parte da tarde, o colégio eleitoral estava praticamente vazio, sendo que a maior parte dos presentes era de funcionários da OAB-SP e da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (Caasp).

Os candidatos passaram o dia circulando pelos colégios eleitorais. Próximo à hora do almoço, Marcos da Costa fez uma visita ao Largo São Francisco. Sayeg ficou a maior parte da tarde na unidade da FMU da avenida Liberdade. Sergei Cobra esteve no mesmo local, mas pela manhã. Sua mãe, Zulaiê Cobra, ajudou na panfletagem na parte da tarde.

Anis Kfouri passou a tarde em frente à unidade Barra Funda da Uninove. No mesmo local, João Biazzo estava representado por seu companheiro de chapa Rodrigo Gouveia. Já Hermes Barbosa finalizou suas visitas na subseção de Pinheiros.

O único problema identificado pela ConJur foi a grande quantidade de "lixo eleitoral" na frente dos pontos de votação. Com exceção do Largo São Francisco, em todos os outros, e principalmente na unidade Barra Funda da Uninove, era enorme o número de santinhos jogados no chão — em alguns trechos ficava difícil até de ver a calçada.

Também houve uma briga entre partidários de Marcos da Costa
e Ricardo Sayeg em frente à unidade Barra-Funda da Uninove — onde haviam várias sessões eleitorais. Segundo relatos, um grupo de apoiadores de Sayeg arremessou um ovo em um partidário de Costa. O advogado atingido perseguiu o responsável pela "brincadeira" e acertou-o com socos. A briga foi logo apartada.

Eleitores, partidários e apoiadores
Apoiadores foram vistos nos pontos de votação fazendo panfletagem para seus candidatos, entre eles José Roberto Batochio, que apoia Marcos da Costa; Leandro Amaral, que concorre na chapa de Sergei Cobra; e Simon Zveiter e Adriano Abdo, componentes do grupo encabeçado por Anis Kfouri.

Muitos advogados questionados pela ConJur sobre seu voto aparentaram certo desconforto em divulgar o candidato. Não foi raro escutar como justificativa o fato de ter colegas em outras chapas, mas alguns expuseram sua preferência:

Edilson São Leandro (eleitor do Marcos da Costa): "Votei no  Marcos da Costa porque estou contente com a atual administração. Quando as coisa vão bem, acho que devemos manter";

Marcelo Pires (eleitor do Hermes Barbosa): "Votei em Hermes Barbosa, pois desejo uma renovação na Ordem. Acho que chegou o momento de uma nova administração ficar à frente da entidade";

Dionisio da Silva (eleitor de Ricardo Sayeg): "Votei em Ricardo Sayeg por causa do apoio do PSDB a ele. Sou do PSDB e precisamos de mais gente com uma mentalidade próxima aos objetivos que anseio nas instituições brasileiras";

Claudia Rinaldo (eleitora de Sergei Cobra): "As propostas de Sergei — de mudança, de acabar com esse continuísmo — me convenceram. Ele é um advogado ativo e fez uma campanha limpa";

Priscila Rojas (eleitora de João Biazzo): "Acho que é o candidato mais preparado. Não vi nos outros concorrentes nenhuma atitude que justificasse meu voto. Nós também temos uma situação que está há 12 anos no poder e acho que chegou a hora de mudarmos o grupo que está à frente da gestão";

Artur Troppmaier (eleitor de Anis Kfouri): "Escolhi a chapa 16 porque foi a única que registrou suas propostas em cartório e isso dá credibilidade para abrir a caixa-preta da OAB. Também acho que as propostas de Kfouri são as mais consistentes";

Lilian Pedroso (anulou o voto): "A partir do momento que o voto é obrigatório, tem algo errado. Nós, advogados, defendemos a Justiça e a liberdade, mas ainda somos obrigados a votar, ou somos multados em 20% da anuidade. E o que a Ordem faz pelos advogados que atuam fora da área litigiosa, na área consultiva? Qual o benefício concedido? Perguntei a todos os candidatos que me abordaram se eles são favoráveis ao fim do voto obrigatório e nenhum deles é, por isso anularei".

*Texto alterado às 19h16 do dia 18 de novembro de 2015 para acréscimos.

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