Política de Ordem

Recém-formados e idosos devem estar isentos de anuidade, diz Marcos Pereira

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17 de novembro de 2015, 18h00

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PRB

Marcos Pereira tem participação constante na política partidária, mas essa é a primeira vez que o advogado disputa uma eleição da Ordem dos Advogados do Brasil. O candidato à vice-presidência pela chapa Hermes-Oposição, que tem Hermes Barbosa como candidato à presidência, apoiou, em 2012, o atual presidente da seccional paulista da OAB, Marcos da Costa.

Porém, segundo Pereira, ele deixou de apoiar o presidente da seccional paulista porque lhe foi “tolhido de caminhar com o grupo que dirige a OAB-SP”. Com a dissidência declarada, o advogado migrou para o grupo de Hermes.

Natural do Espírito Santo, Marcos Pereira não iniciou sua vida profissional na advocacia, mas na contabilidade. Essa profissão o levou a ser o responsável pela gestão das finanças da Rede Record de Televisão. Atualmente, o advogado é presidente nacional do Partido Republicano Brasileiro (PRB).

Em relação à OAB, Marcos Pereira diz que são necessárias mudanças estruturais, que resgatem a dignidade do advogado e o respeito às prerrogativas. “A grande maioria dos advogados paulistas não se sente representada pela atual gestão, que já está no poder há mais de 12 anos.”

O candidato à vice-presidência também afirma que a instituição do segundo turno nas eleições da OAB precisa ser precedida de um estudo técnico e da implantação de um sistema eletrônico de votação. Sobre a reeleição, o advogado diz ser contrário a perpetuação de uma pessoa ou grupo no poder. “É preciso haver alternância”, argumenta.

Leia a entrevista:

ConJur — Qual é o papel do conselho seccional, da diretoria e da vice-presidência, em especial, na estrutura da OAB-SP?
Marcos Pereira —
Ninguém governa ou administra nada sozinho. Nenhum presidente, governador ou prefeito, por exemplo, consegue gerir estruturas tão grandiosas sem uma composição qualificada. Com a OAB-SP não é diferente. É um grande complexo com diversas frentes de atuação e que merecem atenção específicas. O conselho seccional, a diretoria e a vice-presidência cumprem papel preponderante nesse processo, cada um na sua função, em que todos buscam, em primeiro lugar, o pleno exercício da advocacia em São Paulo.

ConJur — O que qualifica o candidato a presidente da sua chapa para dirigir a OAB-SP?
Marcos Pereira — Hermes Barbosa é um advogado experiente, com vasto currículo, conhece bem a estrutura da OAB-SP e tem a experiência de outras campanhas. Além das propostas de mudanças estruturais (como a redução de 30% da anuidade, isenção de cinco anos para recém-formados e profissionais acima dos 65 anos, ampliação da transparência e cortes de gastos com restaurantes, viagens etc.), temos como objetivo o resgate da importância do advogado e da Ordem junto à sociedade. Esse é um valor inegociável para nós.

ConJur — Quais são hoje, em sua opinião, as principais demandas da advocacia?
Marcos Pereira — Como mencionado anteriormente, há mudanças estruturais que precisam ser feitas, mas o mais importante é esse resgate da dignidade do advogado, o respeito às prerrogativas, além da valorização da OAB como instituição essencial ao bom andamento da sociedade. A grande maioria dos advogados paulistas não se sente representada pela atual gestão, que já está no poder há mais de 12 anos. Se está ruim, temos que mudar.

ConJur — O que diferencia o seu grupo em relação aos demais?
Marcos Pereira — Somos a única chapa verdadeiramente de oposição ao atual grupo que comanda a OAB-SP há mais de 12 anos. Nosso objetivo é realizar uma mudança profunda na estrutura e no comportamento da Ordem em relação a diversos temas. Reunimos a sabedoria da experiência e a força da juventude para avançar nessa missão.

ConJur — As novas leis eleitorais da OAB ajudam a moralizar o pleito?
Marcos Pereira —
A tendência de quem está no poder é usar a força da estrutura e da influência para a própria perpetuação. Toda mudança que favoreça isso em vez de abrir o processo eleitoral ao debate amplo e democrático não pode ser boa para os próprios advogados e para a OAB-SP. 

ConJur — O senhor é favorável ao segundo turno nas eleições para a Secional?
Marcos Pereira — Para realizar eleição em dois turnos, primeiramente é preciso informatizar o processo. Essa é uma das nossas bandeiras que até hoje não foi implantada pela atual gestão. Além de economia financeira tanto para a OAB-SP como aos advogados, o resultado sai mais rápido. Dessa forma, penso que o segundo turno se torna mais viável e afunila para um debate mais direto entre duas propostas distintas.

ConJur — O senhor é  favorável à reeleição na OAB?
Marcos Pereira — Sou contra a perpetuação no poder em qualquer instância. É preciso haver alternância, não tenha dúvida.

ConJur — Qual a primeira medida que o senhor tomará quando assumir?
Marcos Pereira — Hermes Barbosa quer fazer mudanças profundas na OAB-SP. Para isso é preciso tomar pé das contas — de verdade, porque hoje não há transparência. A partir daí avançaremos na execução das propostas.

ConJur — Qual é a proposta mais importante, segundo sua análise, do plano de gestão de seu candidato?
Marcos Pereira — Resgatar o valor do advogado e da OAB-SP junto à sociedade. Essa é sem dúvida a proposta mais importante da Oposição 12, porque é o fundamento da defesa das prerrogativas e das mudanças estruturais que vamos realizar. Advogado valorizado é a certeza de uma OAB-SP mais forte e mais presente na vida dos cidadãos.

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