Cenas lamentáveis

Decisão da Conmebol sobre Boca Juniors criará precedente, diz presidente de tribunal

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16 de maio de 2015, 12h23

O Tribunal de Justiça Esportiva da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) deve criar jurisprudência sobre novo tipo de conflito no esporte. Pela primeira vez os julgadores vão decidir sobre caso de agressão física de torcedores contra atletas, aponta Caio Rocha, presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol.

Uma decisão é aguardada para a tarde deste sábado. A corte vai decidir qual punição aplicará ao Boca Juniors por uma confusão causada por sua torcida em um jogo contra o rival River Plate, na quinta-feira (14/5), no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores da América.

A partida foi suspensa depois do intervalo, quando um torcedor do Boca atirou gás pimenta no túnel que dá acesso ao gramado da Bombonera, casa do Boca Juniors. O jogo estava empatado em 0 a 0, o que dava a classificação ao River (que venceu a partida de ida por a 1 a 0).

"É um caso grave. A decisão tomada agora servirá de precedente e parâmetro para o futuro", comentou Caio Rocha, que também preside o Superior Tribunal de Justiça Desportiva no Brasil.

Normalmente, os cinco integrantes do tribunal de disciplina e os cinco julgadores da Câmara de Apelações reúnem-se remotamente, por teleconferência. Mas desta vez, em razão da gravidade, convocou-se reunião de emergência para as 10h30 deste sábado na sede da Confedereção, no Paraguai.

Uma outra reunião acontece em seguida (às 15h de Brasília), prazo final para o Boca Juniors apresentar sua defesa. O representante da Argentina não participará, como sempre acontece com os paises envolvidos diretamente.

A eliminação do Boca na Libertadores é dada como certa. Mas cogita-se também proibição do time participar de jogos na Bombonera e da exclusão do time de disputas internacionais por um ano.

Segundo o jornal argentino Olé, a procuradoria-geral de Buenos Aires vai interditar o estádio em razão da sua vulnerabilidade. Punição alternativa pode ser a decretação de que os jogos do Boca na Bombonera ocorram com os portões fechados.

Histórico
Não é a primeira vez que o Boca se vê em situação parecida. Na Libertadores de 2005, o time argentina precisava reverter em casa uma desvantagem de 4 a 0 para o Chivas Guadalajara (do México).Aos 20 minutos do segundo tempo, quando a partida estava 0 a 0 (o que garantia a classificação do time mexicano à semifinal), começou uma confusão, com a expulsão de um jogador de cada lado.

O jogador do time mexicano foi agredido por um torcedor que invadiu o campo e recebeu uma cusparada do treinador do time argentino. Pelo ocorrido, a Bombonera foi interditada por quatro jogos e o Boca multado em US$ 20 mil, nada mais. Meses depois, o time argentino disputou outra competição da Conmebol, a Copa Sul-Americana, da qual sagrou-se campeão.

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