Talento trabalhista

Associação de magistrados publica texto literário de juiz de Jaú

Autor

15 de junho de 2015, 18h59

O Jornal da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Amatra XV) resolveu abrir suas páginas para mostrar o talento literário do juiz trabalhista José Roberto Thomazi. O texto escolhido para publicação chamou a atenção dos leitores.

Leia o artigo publicado pela associação de juízes do Trabalho:

Torneiras Secas

(um conto de: Semgraciliano Erramos)

 

Já dizia Molusco da Silva, um pensador nordestino, dedeta (Explicação necessária: quem não tem mão é maneta, quem não ter perna é perneta, quem não punho é…, deixa pra lá e quem não tem dedo é dedeta, certo?), que a despeito da língua presa, tinha fala solta:

“O estudo é a fonte do saber…

Economize água, não estude!”

 

Bom, vamos iniciar o conto.

O sol estava a pino,

O dia esta o fino,

Fui à praia catar mexilhões,

Veio uma onda e bateu no meu joelho.

(Obs. Não rimou porque a maré estava baixa).

Putz! Novamente o arquivo errado. Meu cérebro já não está tão ágil como antes… Deve ser a falta D’água!

Ah, …agora sim…!

 

O sol esta a pino naquele domingo de janeiro, dos idos de 2015.

O Torneio mundial do vôlei de leito de rio seco (antigo vôlei de praia) ia ter inicio, com o clássico China Vs Chile, quando chegou o Ministro da Defesa H. Romeu Pinto na Arena do Timiko

Deitaquera, com vários Decretos.

O primeiro Decreto cancelava o clássico, pois era temerário iniciar um torneio , com o placar eletrônico piscando “CHL X CHI”.

O Ministro da Defesa explicou que a perda de água seria falta, pois o povão podia pensar que era prá urinar no campo!

O Ministro do Ataque M K Gay Todo saiu na defesa do povão: – Tem perigo, não! Aqui – segundo a antiga lei do Lula – todos são analfabetos, pois sequer assinam o nome!

H. Romeu Pinto arrematou, dizendo: — O Decreto é irreversível.

A falta d’água havia chegado ao seu limite…! Fazer xixi na quadra, era permitido, pois tinha como captar “água”. Já nos campos de leito de rio seco, não.

O Ministro da Defesa já ia saindo, quando se lembrou dos demais Decretos. Virou-se para o Ministro de Ataque e afirmou: – vou precisar de sua ajuda. Estou indo para o Poder Judiciário e sei que a coisa vai feder…!

M K Gay Todo quis saber o teor do Decreto para o Judiciário e H. Romeu Pinto lhe passou o documento (não o dele, mas o da “Presidenta”…! Nããão! O dela também não. Até porque ela só calça 44 bico largo, porque de sapato apertado, já basta a presidente da Petrobras), que dizia:

“Considerando a falta de chuva,

Considerando a crise d’água, e

Considerando, finalmente, o fato de eu odiar o Alckimin, DECRETO o seguinte: Os membros do Poder Judiciário Paulista ficam terminantemente proibidos de proferirem sentenças líquidas.

Qualquer mandado de segurança deve ser indeferido in limine, pois a crise, é óbvio que a parte não tem direito líquido e certo.

O rito ordinário deve ser adotado para todas as causas, pois não é possível determinar que o reclamante apresente pedidos líquidos no procedimento sumaríssimo.

Para não haver abuso DECRETO, também, que os Senhores Magistrados façam constar em suas decisões o seguinte:

beijo molhado…nem pensar!

suar em bicas… esqueçam.

selar compromisso com cusparada na mão… é proibido.

Revogam-se as disposições em contrário.

 

Brasilia, vigésimo quinto dia do mês de janeiro do ano de dois mil e dezesseis.”

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!