Disputa no MP

Janot afirma que, se reconduzido à PGR, vai encerrar carreira em 2017

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27 de julho de 2015, 18h33

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, declarou nesta segunda-feira (27/7) que quer “mais um e único mandato” na chefia do Ministério Público da União para encaminhar “ótimos processos em curso” iniciados em 2013 e depois encerrar sua carreira. “Evoluir é tão importante quanto não retroceder”, declarou durante debate com outros três candidatos à vaga, promovido por associações dos procuradores do Trabalho (ANPT), do Ministério Público do Distrito Federal (AMPDFT) e do Ministério Público Militar (ANMPM).

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Janot pede que seu trabalho seja julgado pelos seus pares no Ministério Público.
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Para ele, os membros do Ministério Público da União devem julgar seu trabalho “pela atividade que foi feita [durante o último biênio], pelos compromissos assumidos, pelo cumprimento ou não desses compromissos e pelo exercício profissional do cargo”. O procurador-geral pode ser reconduzido por diversas vezes, mas é praxe da Presidência da República manter o mesmo nome por no máximo quatro anos.

Também disputa a vaga o subprocurador Carlos Frederico Santos, membro do Conselho Superior do Ministério Público. Ele afirmou no debate que as promessas do futuro devem ser avaliadas com base em “atitudes do passado” e que a PGR não pode atuar apenas “de forma midiática”, sem citar nenhum caso específico. Prometeu investir no diálogo, caso escolhido, e disse que os procuradores de todos os ramos do MP podem influir no processo de escolha, seguindo a ideia da “multiplicação dos pães”.

A subprocuradora Raquel Dodge afirmou que o Ministério Público deve apostar na integração de todos os seus ramos, focar em resultados e avaliar como os impactos de seu trabalho podem influir na sociedade. Apontou como pilares da instituição o combate à corrupção, a defesa dos direitos fundamentais, a buscar de serviços públicos de qualidade e o “aprimoramento do nosso regime democrático”.

Mario Bonsaglia coordenador da 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF — responsável por analisar o controle externo da atividade policial —, disse que planeja “construir um MPU forte e unido” e “avançar para atender aos anseios da sociedade que custeia o nosso salário”. Se nomeado procurador-geral, ele diz que atuaria para integrar os ramos do MP e defender a autonomia de cada integrante, como afirmou ter agido durante seus mandatos como conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público.

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vai promover uma eleição no dia 5 de agosto e levar uma lista tríplice ao Planalto. A presidente Dilma Rousseff (PT) tem escolha livre, porém os nomes sugeridos têm sido levados em conta desde 2003, com a posse de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

Clique aqui para ler o perfil dos candidatos.

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