Carentes sem defesa

Advogados decidem recusar novos casos de assistência judiciária na Inglaterra

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15 de julho de 2015, 10h10

Mais uma vez, os advogados se unem para protestar contra os cortes na assistência judiciária na Inglaterra. E, mais uma vez, quem paga a conta da insatisfação são os pobres. Nesta quarta-feira (15/7), os criminalistas anunciaram que vão deixar de receber novos casos de assistência judiciária. Também decidiram voltar à política de não cooperação entre eles, o que vai fazer com que muitos jurisdicionados fiquem sem representação na Justiça.

O foco do protesto são os novos cortes nos honorários pagos pelo governo. A partir de 1º de julho, os solicitors, que são os advogados que lidam diretamente com o cliente, vão receber 8,75% a menos. Em março de 2014, o valor pago já tinha sofrido uma redução semelhante. Desde então, a categoria vem se mobilizando. O anúncio desta quarta-feira foi feito pelos barristers, que são os advogados que representam os clientes nos tribunais. A nova redução não afetou o grupo, mas eles decidiram se unir ao protesto dos solicitors.

Além de rejeitar casos novos, os barristers também vão parar de se ajudar. Como a lei exige que o barrister seja autônomo e o proíbe de se associar a outros advogados, eles dependem do coleguismo para dar conta de todos os casos. Quando há conflitos na agenda — dois julgamentos de clientes diferentes marcados para o mesmo dia, por exemplo , o advogado repassa um deles para um colega participar em seu lugar. O colega que colabora, muitas vezes, não recebe nada. E é justamente essa colaboração que eles vão suspender por tempo indeterminado.

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