Pátria do Direito

Primeiro-ministro italiano diz ser ridículo juiz reclamar de corte das férias

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26 de janeiro de 2015, 14h28

Antes de ser a pátria das férias, a Itália é a pátria do Direito e merece um sistema melhor. As palavras fazem parte de um desabafo publicado pelo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, em sua página no Facebook. Renzi se disse descontente com o fato de alguns juízes terem aproveitado da cerimônia de abertura do ano judiciário, na semana passada, para reclamar do corte no número de dias de descanso.

Quirinale Governo da Itália
A partir deste ano, os juízes não terão mais 45 dias de férias no meio do ano, verão europeu. O descanso foi reduzido a 30 dias e, como esperado, não agradou à magistratura. Para Renzi (foto), as reclamações são ridículas. “Acho ridículo — e digo isso sem meias palavras — que você tenha um mês e meio de férias e, quando te pedem para renunciar a alguns dias, a reação seja: ‘o premier quer matar a gente de trabalhar’”, escreveu no Facebook.

A Associação Nacional dos Magistrados respondeu a Renzi pela própria rede social. Para a entidade, o problema crônico do Judiciário italiano não são os juízes, mas sim as promessas de reforma que até hoje não foram cumpridas, como a despenalização da evasão fiscal até 3% e o uso de instrumentos previstos para combater à máfia também no combate à corrupção. A associação ainda convocou Renzi a buscar a aprovação do projeto que prevê redução da pena para o corrupto que decide colaborar com a Justiça e a suspensão da prescrição depois da sentença de primeiro grau.

A redução das férias dos juízes foi anunciada em setembro do ano passado pelo governo, que culpou o fechamento dos tribunais de 1 de agosto até 15 de setembro pela lentidão judicial. O corte no descanso da Magistratura ganhou até um toque publicitário, com o slogan: “Menos férias aos magistrados: Justiça mais veloz”.

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