Corredor da morte

Janot agora apela para MP indonésio tentar adiar execução de brasileiro

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16 de janeiro de 2015, 21h42

Mesmo depois que o governo da Indonésia negou pedido da presidente Dilma Rousseff para o país poupar a vida do brasileiro Marco Archer Moreira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou carta ao chefe do Ministério Público indonésio pedindo que a data de execução seja adiada. O fuzilamento está marcado para o próximo domingo (18/1). No documento enviado nesta sexta-feira (16/1), ele sugere que as procuradorias dos dois países tenham mais tempo para rediscutir a execução.

“Compartilho o ponto de vista de que o tráfico de drogas é um crime muito grave, que merece a devida punição”, escreveu Janot a H. M. Prasetyo, defendendo a análise de outras penas. “Apesar de seus atos ilícitos, devemos considerar a situação extrema de ser sentenciado à morte em uma terra estrangeira. Tal circunstância produz uma sensação de solidão e abandono.”

Elza Fiúza/ABR
Caso sejam adiadas as execuções de Moreira e do também brasileiro Rodrigo Gularte, o procurador-geral (foto) diz que uma missão oficial brasileira poderá visitar Jacarta, capital do país, para discutir a situação e ainda iniciar um tratado entre Brasil e Indonésia para a transferência de presos entre as duas nações. “Isso certamente nos aproximaria, com o fim reforçar nossa relação de confiança, amizade e cordialidade”, defendeu na carta.

Preso na Indonésia desde 2003 por tráfico de drogas, Moreira pode ser o primeiro brasileiro executado por crime no exterior. A única forma de que uma sentença de morte seja revertida na Indonésia é se o presidente aceitar pedido de clemência. Mas o líder da nação asiática, Joko Widodo, disse por telefone à presidente Dilma que todos os trâmites jurídicos foram seguidos nos casos de Moreira e Gularte. Com informações da Assessoria de Imprensa da PGR.

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