Sob sigilo

Anastasia pede acesso a depoimentos de policial que o citou na “lava jato”

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13 de janeiro de 2015, 15h38

O senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG) pediu, nesta terça-feira (13/1), que a Justiça Federal no Paraná dê acesso a declarações sigilosas do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, um dos alvos da operação “lava jato”. Suspeito de ter trabalhado com o doleiro Alberto Youssef, Jayme disse à PF que entregou R$ 1 milhão a Anastasia em Belo Horizonte, em 2010, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

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Os depoimentos do policial começaram em novembro, quando o ex-governador de Minas (foto) ainda não havia sido diplomado no Senado, e por isso foram incluídos em inquérito que tramita na 13ª Vara Federal de Curitiba. Sem saber se o conteúdo já foi enviado ao Supremo Tribunal Federal, a defesa de Anastasia protocolou pedidos semelhantes ao juiz federal Sergio Fernando Moro e ao ministro Ricardo Lewandowski, presidente do STF.

“É importante saber o que o depoimento dele [Jayme] diz e em que circunstâncias foi prestado”, afirma o advogado Maurício Campos Júnior, que representa o senador eleito. No documento enviado nesta terça, ele diz que o cliente só pode “esclarecer os fatos de forma cabal imediata” e minimizar “os danos a sua imagem” se tiver conhecimento do conteúdo das declarações.

Ainda nesta terça, o advogado de Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, escreveu ao juiz que o doleiro nega ter sido mandante de qualquer entrega a Anastasia. “O desmentido do próprio Youssef é muito importante, porque ele desqualifica de vez o depoimento desse moço, mas ainda assim é de nosso interesse ter acesso formal a esse depoimento”, disse Campos Júnior à revista Consultor Jurídico. O juiz Sergio Moro fixou prazo de cinco dias para o MPF se manifestar.

Jayme Oliveira Filho, conhecido como Careca, diz que são “inverídicas” parte das falas divulgadas pela imprensa e pediu que a Justiça Federal apure o “vazamento seletivo e distorcido” de seus depoimentos. Questionada se investigaria a origem do vazamento, a Superintendência da PF no Paraná não quis se manifestar.

Ponte aérea
O policial atuava como agente no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Segundo a PF, ele colaborava com um esquema de lavagem de dinheiro que seria comandado pelo doleiro Alberto Youssef, transportando dinheiro em espécie e facilitando que integrantes do grupo se movimentassem pelo aeroporto. Ele chegou a ser preso em novembro, mas está em liberdade.

Segundo sua advogada, Tatiana Maia, Jayme não firmou acordo de delação premiada. Apenas decidiu contar o que sabe, “dentro do conhecimento dele, que é limitado”.

Clique aqui para ler a petição de Anastasia.

* Texto atualizado às 18h do dia 13/1/2015 para acréscimo de informação.

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