Desvios de recursos

Nona fase da "lava jato" investiga novos operadores na Petrobras

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5 de fevereiro de 2015, 12h10

A Policia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (5/2) nova fase da operação “lava jato”, que investiga desvios de recursos na Petrobras. Na ação desta quinta, a nona da operação, a PF busca provas contra 11 operadores do esquema de corrupção na Petrobras. De acordo com a Policia Federal, há suspeitas de que operadores atuaram na Diretoria de Serviços da Petrobras durante a gestão do ex-diretor Renato Duque.

Cerca de 200 agentes federais e servidores da Receita Federal cumprem 62 mandados judiciais em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia e em Santa Catarina. Ao todo, são 18 mandados de condução coercitiva, um de prisão preventiva, três de prisão temporária e 40 de busca e apreensão.

As provas foram obtidas por meio de acordos de colaboração com outros investigados. No entanto, ainda não há documentação para basear uma denúncia formal contra os acusados. Entre os investigados levados para prestar depoimento está o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Segundo a PF, ele deverá esclarecer denúncias de delatores de que atuava na cobrança de propina e de doações legais para o partido.

Segundo o Ministério Público Federal, órgão que coordena a força-tarefa da “lava jato”, os novos operadores descobertos não tinham poderes como o doleiro Alberto Youssef, mas também atuavam com agentes públicos na Petrobras. "Os esquemas na Petrobras que estamos investigando não se limitam aos operadores que estão presos, como Youssef e Fernando Baiano", disse o procurador da República Carlos Fernando Lima.

São alvo da nona fase da investigação os contratos com a BR Distribuidora. Em Santa Catarina, a PF apreendeu grande quantidade de dinheiro e prendeu dois empresários acusados de fraudar contratos com a estatal por meio de notas fiscais falsas.

Segundo o delegado Igor Romário de Paula, 26 empresas são investigadas na nova fase da operação. De acordo com ele, há indícios de que, até o fim do ano passado, após a deflagração da última fase da “lava jato”, as empresas continuaram atuando na fraude de notas fiscais e lavagem de dinheiro. "Eles [operadores] atuavam na intermediação entre o pagamento de recursos desviados e a propina das empreiteiras, [recursos] destinados a agentes públicos", disse.

A nona fase da Lava Jato foi batizada de "My Way", forma pela qual o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco se referia a Renato Duque, ex-diretor da Área de Serviços, explicou a PF. Com informações da Agência Brasil.

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