Paulo Roberto Costa diz ser vítima de partidos e pede perdão judicial
4 de fevereiro de 2015, 18h25
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que comandou o setor de abastecimento da empresa até 2012, apresentou nesta quarta-feira (4/2) resposta às denúncias em que virou réu na Justiça Federal no Paraná. No documento, a defesa reconhece que ele auxiliou fraudes em contratos, mas diz que Costa sucumbiu “às vontades e exigências partidárias” e está arrependido por todos os seus atos.
O advogado João Mestieri optou por um texto de 28 páginas, em caminho contrário de defensores que questionam etapas da investigação ou discutem a validade de cada acusação. A estratégia de Mestieri é mais certeira: aponta que o cliente colaborou com toda a operação “lava jato”, depois de firmar delação premiada, e por isso merece perdão judicial.
“A delação do Dr. Paulo Roberto Costa foi a mais completa, fidedigna e eficaz que se possa imaginar. Tanto assim foi que se abriu perante os olhos dos procuradores federais todo um universo de fato, sequer imaginados, e ainda os elementos essenciais para que se pudesse infirmar as autorias [e] entender a extensão dos problemas”, afirma o documento.
O problema é que a qualificação técnica não bastava para subir posições, afirmam os advogados, o que fez Costa (foto) procurar indicação política. O documento não cita nenhum nome de políticos ou líderes partidários.
Nomeado diretor de abastecimento, Costa passou a viver um “verdadeiro pesadelo”, segundo Mestieri, pois teve de tomar decisões com base em ingerências políticas. “[Com] a pressão que sofria para resolver problemas que nem mesmo eram da sua área, assinou seu pedido de demissão em abril de 2012”, relata o advogado.
Para ele, a delação não só ajudou nos processos já em andamento como serão fundamentais em quaisquer outros procedimentos que sejam inaugurados no futuro envolvendo a Petrobras.
Clique aqui para ler a defesa.
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