Há uma forma pouco usual de advogados e bancas conquistarem os EUA

Mais advogados e mais escritórios de advocacia precisam conquistar outros países — o caminho inverso do que americanos e ingleses fazem no mundo. No caso dos Estados Unidos, empresários experientes dizem que a primeira coisa a fazer “é botar um pé no país”.

Uma maneira de fazer isso, de uma forma menos agressiva do que a usada por americanos e ingleses, é mandar estudantes, bacharéis ou mesmo advogados dos escritórios fazer um curso de Direito nos EUA — um plano de investimento de três a quatro anos. Os americanos faziam planejamento de 10 a 20 anos, até descobrirem que os japoneses fazem planejamento de 100 anos.

As universidades americanas “precisam” de alunos estrangeiros. A maior parte delas têm departamentos só para cuidar deles. Essa necessidade aumentou ultimamente com a fuga dos estudantes para outros cursos.

O visto de estudante é um dos mais fáceis de ser conseguido. Depois que o estudante brasileiro se formar e passar no exame da American Bar Association (ABA), vem a segunda parte: abrir um escritório de advocacia e pedir residência para o novo advogado no país. A justificativa, para o serviço de imigração dos EUA, será a de que não há advogados americanos com qualificação para atender as necessidades do escritório, cuja atuação exige conhecimentos especializados do advogado, como os das leis, dos negócios e da cultura do Brasil.

Um relatório recente, o Best Grad Schools U.S. News Law, traz o ranking das melhores faculdades de Direito dos EUA, com o nome da universidade, a cidade, estado e o custo da anuidade para alunos do estado e para alunos de fora. É um bom começo para se fazer um planejamento para “botar os pés” nos EUA.

O ranking da escola só importa, realmente, se a intenção do aluno for arrumar emprego em bancas nos EUA e se tornar um advogado americano. É preciso notar que um advogado americano só pode atuar em estados em que fez o exame de ordem e se inscreveu na seccional da ABA estadual. E tem mais um problema: apenas a Califórnia, por enquanto, permite a atuação de advogados não americanos ou não oficialmente residentes (sem green-card). A Flórida pode ser o próximo estado a adotar a mesma política.

Para abrir escritório — como qualquer empresa — não é preciso cidadania ou residência americana. E, nesse caso, o ranking da escola não faz diferença, porque não será preciso apresentar ao patrão um currículo que destaca o “valor percebido” da instituição de ensino em que se formou. De qualquer forma, o advogado precisará fazer exame de ordem nos estados em que o escritório pretender atuar e se inscrever nas seccionais.

Conheça o ranking das faculdades de Direito dos EUA e os custos anuais do bacharelado, se quiser fazer um planejamento:

Notas:

— As demais escolas estão listadas no site Best Grad Schools U.S. News Law, mas não participaram do ranking e, portanto, não há preços das anuidades.

— As siglas dos nomes dos estados, depois dos nomes das cidades (por exemplo, CA é a sigla de Califórnia), podem ser pesquisadas no site States.com.

— A primeira coluna de anuidades é para alunos residentes no estado e a segunda, para os alunos de outros estados e estrangeiros. No entanto, as pessoas são consideradas residentes do estado após um ano de residência (em alguns estados, seis meses). Alunos residentes também poderão conseguir bolsas de estudo ou financiamentos.

— Uma boa estratégia é dedicar o primeiro ano a um curso intensivo de inglês (chamados “English Immersion Program” ou “Intensive English Classes”). Qualquer curso de inglês deve dar prioridade à pronúncia e a entonação. É extremamente frustrante conhecer palavras e frases e não ser entendido. Sem a correta entonação é impossível pronunciar certas palavras em inglês. Assimilar a música do idioma local também ajuda muito.

— Outra ideia é começar os estudos pelo “College” — um tipo de faculdade que se dedica ao ensino de matérias básicas, normalmente de dois anos. Um “College” também oferece cursos de inglês para estrangeiro e redação em inglês, entre outras matérias. O “College" é barato e, para residentes sem recursos, é inteiramente financiado pelo governo.

— É totalmente improdutivo morar e estudar em cidades com uma grande população brasileira e, especialmente, com infraestrutura brasileira, como supermercado e outras empresas: o aprendizado de inglês fica muito prejudicado.

— Clique no nome da escola para saber mais sobre ela no site da U.S. News Law ou pesquise sobre ela na Internet.