Consultoria investigada

Ex-ministro José Dirceu, seu irmão e um assessor são presos pela PF

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3 de agosto de 2015, 8h06

A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira (3/8) o ex-ministro José Dirceu, em Brasília. Ele é suspeito de ter recebido R$ 39 milhões de empreiteiras por meio da JD Assessoria e Consultoria, repasses que seriam justificados por serviços supostamente não praticados.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, também foram presos o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo Oliveira e Silva, que era sócio na empresa de consultoria, e seu ex-assessor Roberto Marques, conhecido como Bob.

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Dirceu foi preso em Brasília nesta segunda
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A JD Assessoria foi contratada por construtoras investigadas na “lava jato”, como a Galvão Engenharia, a OAS e a UTC. Para a PF, os repasses indicam lavagem de dinheiro. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz federal Sergio Fernando Moro, responsável pelas ações penais do caso no Paraná.

Em coletiva de imprensa na manhã desta segunda, membros do Ministério Público Federal e da PF disseram que Dirceu organizou o esquema de corrupção na Petrobras enquanto era ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Lula (2003-2006). A medida inicial dele foi indicar Renato Duque para a diretoria de Serviços da estatal e, a partir daí, a prática ilícita passou a se difundir, contou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.

Ao ser questionado se Lula poderia ser investigado, Lima garantiu que "nenhuma pessoa está livre" disso. Ele também citou que "há investigações em andamento, grande parte em sigilo", sem citar nomes. 

A 17ª fase da operação foi batizada de pixuleco, em alusão ao termo utilizado por alguns dos acusados grampeados. Há ainda cinco mandados de prisão temporária e seis mandados de condução coercitiva, em Brasília, em São Paulo e no Rio de Janeiro. 

Dirceu já cumpre hoje prisão domiciliar por sua condenação na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Mesmo antes de ser alvo da operação, ele já havia tentado um Habeas Corpus preventivo para afastar um “suposto constrangimento ilegal”, depois que foi citado em depoimento do delator Milton Pascowitch, acusado de ter operado repasses de propinas da Engevix Engenharia. O pedido, porém, acabou negado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

O advogado Roberto Podval disse em outras ocasiões que a consultoria de Dirceu já encerrou as atividades e que o cliente encaminhou documentos à Justiça Federal demonstrando os serviços prestados. A revista Consultor Jurídico não conseguiu contatar a defesa na manhã desta segunda. Com informações da Agência Brasil.

* Texto atualizado às 11h32 do dia 3 de agosto de 2015 para acréscimo de informações.

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