Irrealidade dos números

Dos 65 mil presos na Itália, 226 estão na cadeia por corrupção

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2 de abril de 2015, 10h32

Os políticos na Itália podem ser acusados de muita coisa, menos de piorar a superlotação dos presídios italianos. Segundo notícia de um dos principais jornais do país, Il Sole 24 Ore, detentores de cargos públicos correspondem a uma parcela ínfima da população carcerária. Há apenas 226 presos por corrupção, num país com cerca de 65 mil condenados atrás das grades.

A corrupção raramente acaba em prisão, embora exista previsão legal para isso. Dos 226 corruptos encarcerados, uma boa parte foi condenada também por outros crimes, como formação de quadrilha. Fica difícil, então, dizer em quantos casos foi a corrupção a responsável pela pena de prisão.

De acordo com o jornal, que publicou estatísticas da administração penitenciária, há apenas 216 pessoas presas condenadas por corromper ou tentar corromper um político. Os números são ainda menores quando se trata de outros crimes ligados à função pública. Atualmente, são 44 os presos por peculato e 33 por abuso de poder.

A contar os dados penitenciários, pode-se imaginar a Itália como um país onde os políticos são honestos e cumprem com o seu dever perante a população. Mas não é essa a realidade. O país é conhecido pelo seu jogo sujo político e a imprensa não fica um mês sem relatar um escândalo envolvendo o poder.

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