Avaliação de erros

Toffoli quer convocar institutos para debater pesquisas eleitorais

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24 de outubro de 2014, 16h29

Diante dos erros de pesquisa que aconteceram no primeiro turno desta eleição, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli, afirmou que pretende convocar os institutos de pesquisa para avaliar os números apresentados durante toda a eleição.

"Vamos chamar os institutos para entender o que aconteceu. A primeira coisa que queremos é conhecer melhor, pois não foram erros pontuais e nem contra o partido 'A' ou partido 'B', mas erros sobre diversos resultados", disse ao jornal Folha de S.Paulo. O ministro quer coletar propostas para criar novas normas para as pesquisas eleitorais.

Toffoli apontou que erros nas pesquisas eleitorais alteram rumos de campanhas, podem mudar o voto de eleitores e influenciam a Bolsa de Valores.

Este poder das pesquisas, causa preocupação em José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro, presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp). Para ele, a iniciativa do ministro é oportuna pois as pessoas não compreendem a dimensão das pesquisas.

“A pesquisa não é exercício de vidência. Não é aposta ou qualquer outra forma de prever o resultado. Tanto isso é verdade, que os próprios institutos de pesquisas admitem que os percentuais representam um retrato do momento, nada além disso. Também partem de premissas que podem estar erradas, de que todos os entrevistados: 1) de fato irão votar; 2) não mudarão de voto; 3) e que representam, dentro da margem de erro, a totalidade dos cerca de 170 milhões de eleitores no Brasil”, afirma.

De acordo com Ribeiro, a partir de uma média entre os resultados apresentados pelo Ibope e Datafolha, a estatística demonstra, desde 2002, grandes distorções entre as pesquisas das eleições presidenciais e os resultados na urna. Segundo ele, no primeiro turno em 2002, a diferença foi de 13,2%. No segundo turno em 2002, foi de 8,6%. Em 2006, no primeiro turno, a diferença foi de 27,6%. Em 2010, no primeiro turno, a diferença foi de 14%.

“E agora, em 2014, a diferença foi de 34,2%, pois na média o Ibope e Datafolha apontavam 45% para a candidata Dilma Rousseff e 26,5% para o candidato Aécio Neves, porém o resultado foi de 41,5% para a candidata Dilma Rousseff e 33,5% para o candidato Aécio Neves”, complementou. “Precisamos ter consciência e coragem de debater e aprimorar os instrumentos que rodeiam a política para o amadurecimento da nossa democracia”.

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