Humberto Martins cobra providências dos TRFs contra juízes que pararam
22 de outubro de 2014, 14h40
Desde o início de setembro, juízes federais têm se recusado a trabalhar para pressionar o governo federal. Eles reclamam da falta da nomeação de juízes para os cargo de substituto nas varas federais. Isso porque a função de julgar os processos que estão acumulados em acervo é desses substitutos. Como há vagas, mas não há nomeação, os titulares é que passam a acumular o serviço.
A decisão de parar foi coordenada pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) depois de consulta à classe. Segundo o presidente da entidade, Antônio César Bochenek, mil juízes responderam à consulta e 83% deles optaram por parar os trabalhos e travar o andamento dos processos em acervo.
Um juiz federal no Rio de Janeiro chegou a dizer que o acúmulo de funções se equipara a trabalho escravo. Por isso, se recusava a decidir os processos que, por regra administrativa, são incumbidos dos juízes substitutos.
O ofício do ministro Humberto Martins foi enviado nesta quarta-feira (22/10). Ele pede que as corregedorias dos TRFs tentem “resgatar a normalidade” por meio do diálogo. “A negativa do exercício de seus misteres fere a dignidade da magistratura federal, pois penaliza ao extremo os jurisdicionados, que nada podem fazer quanto às políticas remuneratórias governamentais, e são os que mais sofrem com a recusa dos juízes federais em dar regular andamento aos feitos que não integram o seu acervo”, disse o ministro.
Humberto Martins também pede explicações específicas às corregedorias dos TRFs da 2ª e da 3ª Região, que ficam no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente. Foram juízes dessas regiões que expressaram sua indignação por meio de decisão judicial, gerando recursos à segunda instância. “A recusa, além de constituir ilícito administrativo, ofende o Estado Democrático de Direito e fragiliza o exercício da cidadania.”
O ministro reconhece a atitude política dos juízes e se compromete a lutar pela aprovação de juízes para os cargos vagos, organização de concursos e contratação de servidores. Mas, diz, isso não é motivo para os juízes, funcionários públicos, parem de trabalhar. “Não somos donos do poder, somos inquilinos do poder”, costuma dizer. Com informações da assessoria de imprensa do Conselho da Justiça Federal.
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