Em discurso a advogados, Barroso defende menor dependência do Estado
20 de outubro de 2014, 15h39
E não é só na área econômica que o Estado precisa ser substituído, na visão do ministro. "Precisamos de uma sociedade civil e instituições que funcionem como agentes do bem. E muitas áreas que não dependem do governo, como o financiamento de uma biblioteca de bairro; a ajuda a uma escola carente; a advocacia pro bono; a recuperação de drogados; e a reinserção de presidiários", exemplificou.
Para uma plateia que aplaudia a pontuação efusiva do ministro sobre diversos pontos, Barroso apontou qual será a qualidade principal do advogado do futuro: negociar o conflito entre duas pessoas, numa espécie de arbitragem informal. Hoje em dia, segundo Barroso, o pior que duas partes de boa fé podem fazer é entrar na justiça, pois apesar da boa vontade, a solução do conflito vai demorar demais.
O ministro aproveitou para reiterar suas propostas de o Supremo aceitar apenas as repercussões gerais que poderá julgar em um ano, definindo a pauta a cada seis meses. Nesse momento, rendeu homenagens ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, presente no evento: "As ideias de modernização não poderiam estar em melhores mãos."
Os aplausos reverberaram no saguão do Riocentro quando Barroso propôs a redução drástica do foro privilegiado. Classificado como uma reminiscência aristocrática do Brasil, o sistema, segundo o ministro, é feito para não funcionar. "Da a impressão de impunidade e parece que nós somos cúmplices dessa impunidade. Não é republicano, faz parecer que alguns são mais iguais que outros", pontuou. Barroso sustentou também que a sociedade deveria se unir para criar universidades de ponta, com investimentos privados, mas com uma missão pública.
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