Consultor Jurídico

TJ do Rio criará vara de execuções de medidas socioeducativas

13 de outubro de 2014, 16h50

Por Giselle Souza

imprimir

Mailson Santana
Diante do aumento no número de adolescentes envolvidos em atos infracionais, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu criar uma vara específica para a execução de medidas socioeducativas no estado. A medida consta em uma proposta de resolução apresentada pela presidente da corte, desembargadora Leila Mariano (foto), e aprovada pela unanimidade do colegiado na sessão desta segunda-feira (13/10). O documento prevê ainda a criação de mais uma vara da infância e juventude.

O Rio de Janeiro conta atualmente com dois juízos especializados. A Vara da Infância, da Juventude e do Idoso é responsável pela garantia dos direitos das crianças e das pessoas com mais de 60 anos, assim como por apurar as suspeitas de irregularidades nas instituições e abrigos que atendem a esses públicos. A 2ª Vara da Infância e Juventude, por sua vez, é a que analisa e julga os adolescentes que cometem atos infracionais.

Para a presidente do TJ-RJ, a criação da vara de execuções das medidas socioeducativas é uma necessidade. “Hoje temos apenas uma vara, com mais de 20 mil processos. O juiz responsável fica entre o julgamento dos casos e a execução das sentenças", diz Leila Mariano.

A aprovação de uma vara de execução para as medidas de ressocialização prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente ocorreu um dia após o jornal O Globo divulgar os dados do Instituto de Segurança Pública que mostram que dos 6.143 jovens apreendidos no estado entre janeiro e setembro deste ano, 913 eram reincidentes.

A presidente do TJ-RJ garantiu que o novo juízo não representará custos, pois será instalado com a estrutura e recursos de uma instância que se encontra desativada. Ela espera que a vara de execuções seja instalada até janeiro.

*Texto atualizado às 20h11 do dia 13 de outubro de 2014.