Consultor Jurídico

Envolvidos em queda de avião da Gol têm penas aumentadas após erro da Justiça

20 de maio de 2014, 20h35

Por Felipe Luchete

imprimir

Um “lamentável equívoco cartorário” fez a ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, anular sua própria decisão que havia reduzido a pena dos dois pilotos envolvidos no acidente do Boeing da Gol, em 2006, que matou 154 pessoas. Dessa forma, os norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, comandante e copiloto do Legacy que se chocou com a aeronave, voltam a ter de cumprir 3 anos e 1 mês de prisão — até então, a pena havia sido reduzida para 2 anos e 4 meses.

A ministra avaliou que houve um erro no cartório do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, pois lá foram separados autos de dois processos que caminhavam conjuntamente desde a sentença. A trapalhada impediu a ministra de avaliar Recurso Especial sobre o caso. Ela então atendeu pedido do Ministério Público Federal e determinou que os autos voltem a ser reunidos para, com base no processo completo, decidir de novo posteriormente.

Reprodução
Após o acidente ocorrido em Mato Grosso, em setembro de 2006, os pilotos passaram a viver nos Estados Unidos. Quando o processo chegou ao STJ, em 2013, a Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 declarou em nota que temia a prescrição das penas, previstas para ocorrer em fevereiro de 2016.

Na primeira instância, ambos haviam recebido pena de 4 anos e 4 meses de reclusão, substituída pela prestação de serviços comunitários. O TRF-1 reduziu a pena, mas determinou que eles fossem para o regime aberto. A revista Consultor Jurídico não conseguiu localizar o advogado dos réus até a conclusão desta reportagem (20/5).

Clique aqui para ler a decisão.
AREsp 391303