Anti-Copa

Justiça decreta prisão preventiva de manifestantes em São Paulo

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27 de junho de 2014, 14h22

A Justiça de São Paulo determinou a prisão preventiva de dois manifestantes detidos em flagrante nesta segunda-feira (23/6) durante protesto contra os gastos da Copa do Mundo. A decisão acata pedido do Ministério Público.

Fábio Hideki, servidor da Universidade de São Paulo, e Rafael Marques, professor de inglês, foram presos por um policial civil à paisana no momento em que os manifestantes se dispersavam. Eles são acusados dos crimes de resistência, desobediência, incitação ao crime, formação de quadrilha e porte de artefato explosivo.

A defensoria — que entrou com pedido de liberdade para ambos — e movimentos sociais sustentam que não há provas de que eles cometeram os delitos. Bruno Shimizu, um dos três advogados que atuam no caso, afirmou que a prisão ocorreu por “uma questão mais política do que criminal”.

Segundo o defensor, “o inquérito é absolutamente genérico. O que consta do boletim de ocorrência é um crime de resistência, desobediência, incitação ao crime, formação de quadrilha e porte de artefato explosivo. Acontece que esses tipos [de crimes] estão colocados no boletim de ocorrência, mas não estão descritos na narrativa do boletim de ocorrência”.

O secretário de Segurança Pública do estado, Fernando Grella, defendeu as prisões. “A nossa convicção é que não houve excesso. O delegado, como autoridade policial, tem a liberdade de capitular o fato de acordo com o convencimento dele, diante das provas colhidas e apresentadas no auto de prisão em flagrante”, disse.

Reação
Em protesto contra as prisões, manifestantes interromperam na noite de ontem (26/5) o tráfego na Avenida Paulista, região central da capital paulista. O grupo se concentrou no vão-livre do Masp, a partir das 17h. A Polícia Militar impediu, no entanto, que fosse feita uma passeata e cercou o protesto com homens da Tropa de Choque.

Segundo o tenente-coronel Marcelo Pignatari, o protesto só poderia sair às ruas caso as lideranças do movimento se apresentassem, o que não aconteceu. Os manifestantes, então, ocuparam a via no sentido Rua da Consolação, em frente ao museu, onde ficou até as 20h30, quando a maior parte dos participantes já havia abandonado o ato, e a polícia liberou o tráfego. Apesar do clima tenso, não houve nenhum incidente. Com informações da Assessoria de Imprensa da Defensoria Pública de São Paulo.

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