AP 470

Preso, João Paulo Cunha renuncia ao mandato na Câmara

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7 de fevereiro de 2014, 20h58

O petista João Paulo Cunha renunciou na noite desta sexta-feira (7/2) ao seu mandato como deputado federal. Preso há três dias após ser condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, ele declarou em uma carta que deixa o cargo “com a consciência do dever cumprido”. O texto curto foi encaminhado à Casa por volta das 20h, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

Renato Araújo/ABr
Quando foi preso, Cunha (foto) afirmara que não renunciaria. “Já fui absolvido pelo plenário da Casa e nas urnas, em duas eleições, em disputas (2006 e 2010) marcadas pelo uso deslavado e leviano do chamado mensalão contra o PT”, afirmou na ocasião, em carta mais longa. “Estou no meu quinto mandato de deputado federal, fui deputado estadual e vereador. Em trinta anos de atuação parlamentar jamais respondi a nenhum processo. Enfrentarei esta dura travessia de maneira serena e de cabeça erguida, pois sei que nada fiz de errado”, declarou ele na carta.

O agora ex-deputado foi considerado responsável por desviar recursos públicos para as empresas do empresário Marcos Valério enquanto atuou como presidente da Câmara dos Deputados, entre 2003 e 20004. O Supremo Tribunal Federal determinou pena de 9 anos e 4 meses de reclusão, pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.

Cunha começou a cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, no regime semiaberto. Isso porque ele aguarda novo julgamento sobre o crime de lavagem de dinheiro (três anos do período total), atendido após entrar no STF com Embargos Infringentes. Por causa da condenação, ele teve de deixar a disputa à Prefeitura de Osasco (SP), em 2012. No dia 2 de fevereiro, ele publicou carta aberta na Folha de S.Paulo criticando o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo e relator do processo.

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