Pena recorde

Bombeiros são condenados a 1.533 anos de prisão na PB

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5 de fevereiro de 2014, 8h55

A Justiça Militar da Paraíba condenou nesta terça-feira (4/2) um tenente coronel e um major do Corpo de Bombeiros a uma pena de 1.533 anos e nove meses de prisão para cada um. É a maior condenação penal na Justiça brasileira, segundo reportagem do Portal Correio. Horácio José dos Santos Filho e Marcelo Lins dos Santos foram acusados de uma série de crimes na gestão de recursos de um fundo da corporação, cujo prejuízo foi estimado em R$ 656 mil. Eles podem recorrer em liberdade.

O julgamento ocorreu no Fórum Criminal de João Pessoa e teve decisão unânime do Conselho Especial, ainda segundo a publicação. Os réus foram condenados pelos crimes de inserir declaração falsa em documento público (698 anos), peculato (835) e falsidade ideológica (30). Outros dois oficiais foram absolvidos.

O promotor militar Fernando Antônio de Andrade, autor da ação que culminou nas condenações, disse que a pena não é exagerada se for levada em conta que os réus cometeram irregularidades centenas de vezes. “Sem falar nos crimes menores que prescreveram com a demora no julgamento", afirmou. O esquema fraudulento, segundo a denúncia, ocorreu entre janeiro e julho de 2003, quando foram desviados recursos do fundo para pagamentos indevidos em obras de estrutura, como reformas de postos e serviços em veículos, sem validação ou nota fiscal.

Nas preliminares, a defesa alegou cerceamento de defesa e inépcia da denúncia, argumentos negados pelo Conselho Especial. A corte reconheceu, contudo, a prescrição de alguns crimes e mudou a classificação de peculato doloso para culposo — quando o servidor público encarregado pela segurança do patrimônio da administração infringe seu dever por negligência, imprudência ou imperícia.

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