Caso Amarildo

MP-RJ denuncia 4 policiais acusados de pagar propina a testemunhas

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11 de dezembro de 2014, 12h26

Agência Brasil
Quatro policiais militares foram denunciados, nesta quinta-feira (11/12), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por envolvimento no caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, em julho do ano passado, após ser torturado e morto por integrantes da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha.

Eles são acusados pela 2ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP por oferecer propina a testemunhas em duas ocasiões durante as investigações sobre o paradeiro do pedreiro.   

O MP pediu as prisões do major Edson Raimundo dos Santos e do tenente Luiz Felipe de Medeiros, na época comandante e subcomandante da UPP, respectivamente. Ambos já estão presos por decisão da 35ª Vara Criminal da Capital em um outro processo sobre o caso. O MP também denunciou os soldados Newland de Oliveira e Silva Júnior e Bruno Medeiros Athanasio, que responderão em liberdade.

Segundo a denúncia, os PMs pagaram R$ 850 e R$ 500 a duas testemunhas para que, em depoimento, acusassem o traficante Thiago da Silva Neris, conhecido como “Catatau”, pela morte do pedreiro. A acusação diz que Newland e Bruno atuaram como interlocutores do major Edson, vigiavam as testemunhas e usavam seus carros particulares para mudá-las de residência. Caso condenados pelo crime, os quatro poderão cumprir até 16 anos de prisão nesse novo processo.

Laudo
Um novo laudo pericial de exame de voz, produzido pelo Centro de Criminalística da Polícia Militar, concluiu que a voz que se fez passar pelo traficante “Catatau”, em uma ligação na qual assume a autoria da morte de Amarildo, é do policial militar Marlon Campos Reis, réu no processo criminal do caso Amarildo.

O processo do caso Amarildo tramita na 35ª Vara Criminal e está para ingressar na fase de alegações finais. A ação teve início em outubro de 2013, após a Justiça receber denúncia do MP-RJ contra 25 policiais por tortura — sendo oito deles na modalidade omissiva, 17 por ocultação de cadáver, 13 por formação de quadrilha e quatro por fraude processual. Com informações da assessoria de imprensa do MP-RJ

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