Eleição no MP

Novo chefe da Procuradoria Criminal em SP promete mais transparência

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10 de dezembro de 2014, 15h29

O procurador de Justiça Marcio Sergio Christino venceu, nesta quarta-feira (10/12), a disputa para comandar a Procuradoria Criminal do Ministério Público paulista em 2015. Ele recebeu votos de 59 colegas, ante 41 do atual secretário-executivo, César Pinheiro Rodrigues, que tentava continuar no cargo.

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A procuradoria atua nos processos criminais que chegam ao Tribunal de Justiça de São Paulo e tem 155 membros. Na hierarquia do MP-SP, o secretário-executivo atua como se fosse um governador, enquanto o procurador-geral de Justiça seria o presidente da República, compara Christino (foto).

Ele diz que planeja adotar “total transparência” nas atividades, com índices de produtividade e um sistema para que o público externo possa acompanhar a distribuição de processos dentro do Ministério Público, como já acontece no Poder Judiciário. “Qualquer um poderá consultar qual caso está com quem e por quê. Isso não é muito difícil de fazer, mas ainda não existe no MP.”

Durante a campanha, ele ligou para os procuradores prometendo melhorar os recursos de trabalho. “A Procuradoria de Justiça Criminal é a maior do Brasil, entretanto é uma das que têm o menor número de analistas e estagiários. Alguns procuradores nem têm gabinete e a sala onde se analisa acórdãos é mal estruturada”, afirma.

“Terceira via”
O Ministério Público de São Paulo é conhecido por uma polarização entre dois grupos, um ligado ao procurador-geral Márcio Elias Rosa e outro mais simpático ao procurador de Justiça Luiz Antonio Marrey, que tentou no início do ano voltar à chefia da instituição, sem sucesso.

Christino define-se como uma “terceira via”, que quer “superar divergências”. Rival dos dois grupos na eleição para a Procuradoria-Geral de Justiça em 2010, quando ficou em terceiro lugar, é alinhado ao procurador Felipe Locke Cavalcanti, presidente da Associação Paulista do Ministério Público. É, aliás, o primeiro vice-presidente da entidade e está na chapa que busca reeleição no próximo sábado (13/12).

Como promotor, ele atuou no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e tem no currículo investigações envolvendo a facção PCC, o traficante Fernandinho Beira-Mar e o também traficante colombiano Juan Carlos Abadia. É autor do livro Por Dentro do Crime — Corrupção, Tráfico, PCC (Editora Escrituras).

O secretário-executivo eleito deverá assumir em janeiro. Afastado para uma mioplastia (cirurgia) no coração, ele descumpriu ordens médicas e recomendações da família para participar da escolha, na manhã desta quarta.

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