Moro suspende ação contra pivô da “lava jato” até delação ser reconhecida
9 de dezembro de 2014, 19h19
O doleiro Alberto Youssef, primeiro alvo da chamada operação “lava jato”, conseguiu suspender um dos processos ao qual responde na Justiça depois de firmar delação premiada. A ação estava pronta para julgamento, mas o juiz Sergio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, avaliou que será melhor esperar a homologação do acordo no Supremo Tribunal Federal.
Isso porque a sentença deverá levar em conta se o réu cumpriu os termos da delação para aplicar eventuais benefícios. “Como o único acusado preso cautelarmente neste feito é Alberto Youssef, o próprio requerente, não há maior óbice por ora na suspensão”, avaliou o juiz, que fixou prazo de 30 dias. A suspensão pode acabar antes, caso o STF se manifeste em período menor.
Operador
Youssef foi preso em março deste ano, suspeito de comandar um suposto esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas com empresas de fachada. Só a partir dele é que surgiram indícios de irregularidades na Petrobras. A Polícia Federal apontou relação entre ele e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal.
O doleiro classifica-se como operador financeiro da organização, enquanto o Ministério Público Federal o define como um dos líderes, por ter feito diversas “movimentações bancárias” com o objetivo de esconder dinheiros desviados.
Em setembro, ele foi condenado a quatro anos e quatro meses de prisão pelo crime de corrupção ativa no caso Banestado — que apontou evasão de divisas nos anos 1990 cujo principal destino era a agência do Banco do Estado do Paraná em Nova York. A sentença partiu do próprio juiz Sergio Moro. A Ação Penal chegou a ser suspensa depois de outra delação assinada pelo réu, mas o acordo foi suspenso sob o argumento de que Youssef descumpriu alguns termos.
Clique aqui para ler a decisão.
5025699-17.2014.404.7000
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