Inauguração de novo prédio da OAB-SP tem superlotação e cerimônia atrasa
25 de agosto de 2014, 11h43
Estrutura maior
Depois de quase 60 anos, a OAB-SP deixou seu endereço histórico na Praça da Sé, 385, para ocupar um novo endereço: a Rua Maria Paula, 35, na esquina com a Avenida Brigadeiro Luis Antônio. Também confirmaram presença no evento o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT); e a ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP).
“Trata-se de mais uma conquista para advocacia paulista, que terá uma sede digna e condizente com sua grandeza e que foi inteiramente financiada com recursos do Conselho Federal da OAB, para aquisição, reforma e mobiliário”, diz Marcos da Costa, presidente da OAB-SP. Em 1955, data de inauguração do prédio da Praça da Sé, a OAB-SP somava cerca de 3 mil advogados e 21 conselheiros. Hoje, totaliza 350 mil advogados inscritos e um Conselho Secional composto por 180 membros.
A cerimônia desta segunda começa com a colocação da foto do conselheiro nato Luiz Flávio Borges D´Urso, atual conselheiro federal da OAB, na galeria de ex-presidentes da seccional. Fazem uso da palavra o próprio D’Urso; o presidente do Conselho Federal da OAB, Marcos Vinicius Furtado Coêlho; o presidente da OAB-SP, Marcos da Costa; o prefeito Fernando Haddad; o governador Geraldo Alckmin; e o vice-presidente da República, Michel Temer. Ao fim dos discursos será descerrada a placa de inauguração. Serão homenageados os ex-presidentes da OAB e membros natos Ophir Cavalcante e Cezar Britto.
Ideia em construção
O projeto do novo prédio começou a tomar forma no início de 2012, quando a OAB-SP concretizou a aquisição do edifício, na gestão do então presidente Luiz Flávio Borges D’Urso. Em dezembro daquele mesmo ano foi concluída a primeira fase, em que se deu o desenvolvimento dos projetos estrutural e arquitetônico e a regularização da obra junto aos órgãos públicos. Para a conselheira Clemencia Wolthers, representante da Diretoria na administração da obra, a fase de aprovação do projeto junto aos órgãos públicos foi a mais trabalhosa e levou quase um ano, mas todas as exigências foram cumpridas. Durante o ano de 2013 e primeiro semestre de 2014, o prédio foi reformado e suas instalações foram modernizadas.
O prédio tem 3,3 mil metros quadrados de área construída, em uma torre de 11 andares e um terraço no 12º andar, onde era originalmente a sala de máquinas e zeladoria. Concentrará as atividades institucionais da OAB-SP, atualmente locadas na Praça da Sé, que terá uma ocupação mais voltada à educação jurídica. A nova sede da OAB-SP ampliará sua infraestrutura de atendimento, terá novo auditório, plenário para os conselheiros, sala vip mais ampla, cafeteria, áreas destinadas a eventos e para receber autoridades. O prédio da Praça da Sé continuará funcionando e será voltado para o atendimento dos advogados e a ampliação da educação jurídica.
Prédio histórico
Antes da aquisição pela OAB-SP, o edifício na esquina da Rua Maria Paula com a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio ficou fechado por cerca de dez anos. Foi construído na década de 1950 para abrigar a sede administrativa do grupo empresarial de Sérgio Ugolini, empresário que teve papel na vida pública paulista, ocupando cargos como presidente da Dersa (1971 a 1975), secretário de Obras da Prefeitura, diretor da Associação Comercial de São Paulo, presidente e fundador da Associação Brasileira do Cobre e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Na época, o estado de São Paulo se consolidava como força industrial da América Latina e a cidade vivia um boom imobiliário, começando e consolidando o processo de verticalização da capital, por conta da nova fase de desenvolvimento urbano. Em termos arquitetônicos, o Concretismo marcou a década de 1950, compondo edificações com rigor geométrico e o emprego de materiais industrializados (ferro, alumínio, vidro e concreto).
A fachada do edifício que abrigará a nova sede da OAB-SP acompanha o traçado da esquina, traduzindo uma curvatura típica, que remonta a obras como o contemporâneo Copan, de Oscar Niemeyer. Na década de 1950, a então futura metrópole ganhava ainda o Parque do Ibirapuera, também projeto de Niemeyer, e o Conjunto Nacional (Av. Paulista), com traços do arquiteto David Libeskind.
Nas décadas de 1960 e 1970, teve início o processo de degradação do centro histórico de São Paulo, aprofundado na década de 1980. O movimento de transferência de parte do centro financeiro da cidade para a Avenida Paulista foi decisivo para o destino do prédio, que foi desocupado pelo grupo empresarial Ugolini e teve algumas locações esporádicas para diferentes usos.
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