Ilusão de semideuses

Marco Aurélio critica "juizite" e diz estar sempre aberto a advogados

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16 de agosto de 2014, 7h43

Carlos Humberto/SCO/STF
O ministro Marco Aurélio (foto), do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta sexta-feira (15/8) que magistrados devem compreender que não estão "acima do bem e do mal", devendo se submeter às normas para personificar o Estado em decisões. "Tenho colegas de sacerdócio acometidos de uma doença denominada juizite, que se acham semideuses", declarou durante o 6º Congresso Brasileiro de Sociedades de Advogados, em São Paulo. 

Cercado de representantes da advocacia de todo o país, o ministro disse que a classe é indispensável à administração da Justiça e que sempre estará aberto a receber profissionais da área. No evento, promovido pelo Sindicato das Sociedades de Advogados de São Paulo e do Rio de Janeiro (Sinsa), Marco Aurélio elogiou ainda o colega Ricardo Lewandowski, escolhido oficialmente há dois dias como novo presidente do STF, por já ter sinalizado que também ouvirá advogados.

Para Marco Aurélio, o novo presidente da corte é um "gentleman" (cavalheiro) e comandará o próximo biênio "calcado acima de tudo no diálogo, na compreensão maior da cadeira ocupada". "Teremos, portanto, um verdadeiro chefe do Poder Judiciário", declarou o ministro. Ele apontou em sua palestra alguns entendimentos na corte sobre repercussão geral, defendeu o respeito ao contradiório e defendeu a importância da racionalização dos trabalhos no Judiciário brasileiro. 

O congresso, que teve início na última quarta-feira (13/8) e acabou nesta sexta, contou com uma série de debates, que foram desde a implantação do Processo Judicial Eletrônico (PJe) às discussões sobre o novo Código de Processo Civil, passando pela necessidade do compliance com a Lei Anticorrupção e pelas mudanças causadas com o Marco Civil da Internet.

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