Balanço interno

Cai avaliação positiva de delegados sobre a PF

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7 de abril de 2014, 15h34

A avaliação positiva de delegados federais sobre a atuação da Polícia Federal caiu 11 pontos percentuais entre 2012 e 2014, segundo pesquisa do Instituto Sensus com 400 membros da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF). Enquanto há dois anos 81,6% dos entrevistados atribuíam nota ótima/boa para a instituição, o índice chegou a 70,5% neste ano. A nota regular cresceu de 15,7% para 23% no mesmo período, e a percepção de que a PF é ruim ou péssima foi de 1,8% para 6%.

O levantamento foi divulgado no 6º Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Federal, promovido no Espírito Santo entre 2 e 5 de abril pela entidade representativa da classe. A pesquisa foi feita entre 14 e 15 de março, com associados da ADPF em 26 estados mais o Distrito Federal. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

Entre os pontos mais criticados pelos entrevistados, em respostas espontâneas, estão a falta de estrutura e a “briga entre classes”. Aqueles que deram boas notas afirmaram que a Polícia Federal consegue exercer seu papel, tem uma boa estrutura e tem credibilidade e seriedade. Na pesquisa de 2012, não haviam sido questionados os motivos que levaram às notas. O desempenho da ADPF foi bem avaliado por 80,3% da amostragem, com 15% regular e 3,1% negativo. Há dois anos, a taxa era de 59,9%, 30,9% e 8,3%, respectivamente.

O congresso teve como tema os desafios da PF no enfrentamento ao crime organizado. A maioria dos delegados ouvidos no evento pela revista Consultor Jurídico disse que a polícia vem ganhando essa disputa. De 20 participantes do evento ouvidos pela reportagem, 14 atribuíram a vitória à polícia, 5 responderam que é a criminalidade e 1 disse que ambos avançam rapidamente.

Os integrantes do primeiro grupo afirmaram que a polícia tem melhorado sua estrutura e conseguido identificar e conter organizações criminosas. Já os que colocam o crime na frente afirmam que a desvantagem está nos limites de orçamento e na existência de burocracia estatal, enquanto essas organizações têm liberdade para investir e contratar pessoal.

*O repórter viajou a convite da ADPF.

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