Notas Curtas

Alvo de protesto, professor de Direito diz que atendeu pedidos

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2 de abril de 2014, 6h40

O professor de Direito Administrativo da USP Eduardo Lobo Botelho Gualazzi, cuja aula foi interrompida por um protesto organizado pelos estudantes na última segunda-feira (31/3), afirma que sua fala sobre o golpe militar, que gerou o protesto, atendia a pedido de alunos. Antes de ser interrompido pelos estudantes, Gualazzi dizia, em sala de aula: “Em 1964, o socialismo comunista esquerdista totalitário almejava apoderar-se totalmente do Brasil mediante luta armada e subversão de todas as instituições públicas e privadas daquela época. E quase conseguiu.” — veja o vídeo abaixo. 

Veja bem
Gualazzi disse que a leitura do texto tinha um propósito pedagógico de falar sobre Direito Internacional Administrativo, tema de um livro seu. “Sintetizei minha tese e correlacionei a essa data de 31 de março, falando sobre passado, presente e futuro. Fiz isso a pedidos de alunos”, disse. 

Clima explosivo
O professor afirma ter sido “acidentalmente envolvido” por conta do clima “explosivo” instalado na Faculdade de Direito. “Acho que a melhor coisa que eu poderia ter feito era ter ficado longe do Largo São Francisco no dia de ontem [segunda-feira], mas fui lá cumprir meu dever de ofício”. Gualazzi também reclama do tratamento que é dado ao regime militar. “Lamento verificar que existem seres humanos no Brasil que tratam a revolução de 1964, que eles chamam hoje em dia de golpe, como se tivesse acontecido na semana passada ou no mês passado. Isso, além de absurdo, é ridículo”, disse.

Para não esquecer 1
O Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP, promoveu nesta terça-feira (1º/4) ato de repúdio a regime militar. Com o tema “Repressão ontem e hoje: Os 50 anos do golpe e a violência de Estado”, o evento teve participação de representantes das Comissões da Verdade municipal, estadual e federal. Na segunda houve outro ato, com o tema “Ditadura nunca mais, Estado de Direito sempre!”.

Para não esquecer 2
A Direito GV promove nesta quarta-feira (2/4), a partir das 11h, um debate sobre os 50 anos do golpe militar. Participam o criminalista José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça e membro da Comissão Nacional da Verdade, e José Gregori, também ex-ministro da Justiça e ex-secretário especial de Direitos Humanos da Cidade de São Paulo. Inscrições e transmissão on-line neste link.

Peleja
O Exame de Ordem é o tema do próximo programa JC Debate, na TV Cultura, nesta quarta-feira (2/4), às 13h30. Será discutida sua constitucionalidade e projetos de lei que pretendem acabar com sua necessidade. O advogado Rubens Tilkian representará a Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo em defesa do Exame; Carlos Schneider, do Movimento Nacional de Bacharéis em Direito, falará contra.

Cracolândia de perto
Alunos da pós-graduação da USP em Direito Financeiro percorreram nesta segunda-feira (31/3) ruas da região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo, para observar a realidade local e tentar encontrar soluções que saiam do orçamento público. Orientados pelo professor Régis de Oliveira, entre 15 e 20 alunos participarão do projeto. Uma equipe designada pela Secretaria da Segurança Pública de SP acompanhou os estudantes.

Amolação
O uso de mensagens de texto em celulares para a promoção pessoal de pré-candidatos é a queixa mais comum entre as 325 denúncias de propaganda antecipada que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro já recebeu este ano. A capital fluminense lidera, com 145 ocorrências. Em seguida vem São Gonçalo, com 39, Nova Iguaçu, com 24, e Duque de Caxias, com 15. Entre fevereiro e março, o número de queixas aumentou mais de 500%, segundo o TRE-RJ. A propaganda eleitoral só é permitida a partir de 6 de julho.

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