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Carta de Princípios é necessária para gestão de pessoas

Autor

  • Carlos Alberto Bitinas

    é consultor da VOC Gestão e Desenvolvimento de Pessoas palestrante e professor especializado em gestão de pessoas e desenvolvimento organizacional. Graduado em Administração de Empresas e Economia pela Faap Coach Executivo & Pessoal certificado pelo ICI - Integrated Coaching Institute pós-graduado em Gestão Estratégica e Total Quality Management pela FGV-SP e Comunicação Empresarial pela ESPM; foi Executivo em empresas nacionais e multinacionais e professor convidado em cursos de pós-graduação da FGV/GVlaw-SP UNISINOS-RS e IICS/CEU-SP além de vice-presidente do CeaEAE – Centro de Estudos de Administração de Escritórios de Advocacia.

6 de setembro de 2013, 8h00

Spacca
Por conta de sua amplitude, profundidade e riqueza, o tema da gestão de pessoas nos parece inesgotável.

Nele falamos acerca das pessoas, suas expectativas, comportamentos, vocações, percepções, sentimentos, racionalidade, crenças, potenciais, afetos, relacionamentos, ações, reações e por aí afora. O indivíduo, embora único, é um universo vasto e complexo.

Na ótica da administração da pessoa jurídica, abordam-se as estratégias, práticas e técnicas para dar sentido, para tornar viável e produtivo o convívio dos homens dentro das organizações. Recrutar, selecionar, remunerar, avaliar, treinar, desenvolver, planejar carreiras, liderar, estruturar tarefas e responsabilidades, comunicar, motivar, dentre outros, são encargos deste campo.

A coexistência das pessoas no local de trabalho, físico ou virtual, nos dá a formação do ambiente organizacional, cenário no qual se realiza a gestão de pessoas. Pode-se dizer que o ambiente é uma parte importante da personalidade da organização. E como tal merece e precisa ser conhecido com clareza.

Como poderia ser possível praticar uma boa gestão de pessoas, sem que estas tenham claro conhecimento da personalidade da pessoa jurídica — organização — com a qual convivem intensamente, dia após dia?

Daí, a importância das organizações formularem e praticarem uma Carta de Princípios, contendo a sua “Visão, Missão e Valores”. É um exercício sério de autoconhecimento e afirmação da organização, cujo resultado será conhecido pela sua equipe de colaboradores e se propagará pelo mundo, leiam-se clientes, fornecedores, acionistas, parceiros, comunidade etc.

Recomendo que na formulação desta carta, sejam observados os seguintes conceitos e parâmetros:

Visão
— A Visão mostra o que se quer ser, aonde se quer chegar.
— Como a organização quer ser vista por si mesma e pelo mundo.
— É compacta, fácil de ler, entender e memorizar.
— Identifica a organização (lembre-se: personalidade é o que faz uma pessoa ser diferente de todas as outras).
— Revela o espírito da organização, seu desejo e propósitos mais relevantes.
— Descreve a situação escolhida para o futuro, visualizável em determinado espaço de tempo.
— É atingível, desafiadora, imperativa e vai além do que é confortável.
— A Visão é uma bússola, que orienta, inspira, inclusive nos momentos mais difíceis.

Missão
— A Missão é o que se faz ou se deve fazer para alcançar a Visão.
— É compacta, fácil de ler, entender e memorizar.
— Pode ser composta por vários itens.
— Mostra as ações (verbos no infinitivo), atividades e preceitos – chave da organização.
— A Missão revela o caminho que a organização percorre para atingir a sua Visão e definirá os seus padrões de qualidade.

Valores
Características básicas e marcantes da personalidade organizacional que ao mesmo tempo definem a amplitude e os limites éticos das ações da Missão e do ideal da Visão. Eis alguns exemplos de valores organizacionais: 


Ambição Criatividade Harmonia Interior Prosperidade
Arrojo Desafio Imagem Razão
Bem Estar Determinação Integração Realização
Competência Técnica Diplomacia Integridade Reconhecimento
Competitividade Disponibilidade Intelectualidade Reflexão
Comunicação Espontaneidade Legalidade Respeito
Conhecimento Estabilidade Objetividade Segurança
Consenso Estética Ordenação Sustentabilidade
Cooperação Expansão Persistência Tolerância
Cordialidade Governança Poder Tradição

A criação da Carta de Princípios é, com o perdão da redundância, trabalho trabalhoso, mas, no entanto, muito compensador e revelador. Mas, lembremo-nos, estamos falando das organizações, das pessoas jurídicas, não naturais.

Então, estendo aqui o convite que sempre realizo nos trabalhos de coaching e orientação de carreira, para que as pessoas — estas naturais — formulem a sua própria Carta de Princípios. Afinal, no exercício do papel profissional, nós, pessoas, temos Visão, Missão e Valores que praticamos. E não somos, nem podemos ser, apenas currículos ambulantes a viver no ambiente organizacional.

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