Organização criminosa

MP de São Paulo denuncia 175 integrantes do PCC

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11 de outubro de 2013, 16h25

O Ministério Público de São Paulo denunciou, no último dia 11 de setembro, 175 acusados de participar do Primeiro Comando da Capital (PCC). A acusação é de formação de quadrilha armada para o fim de cometer crimes em todo o estado de São Paulo, especialmente tráfico de entorpecentes, contra o patrimônio e contra a vida de agentes públicos, além da aquisição, posse e manutenção em depósito de armas de fogo, atuando sempre sob a forma de organização criminosa.

O MP-SP pediu a prisão preventiva de todos os denunciados e a decretação de Regime Disciplinar Diferenciado no sistema penitenciário para 35 presos. Os pedidos foram todos rejeitados pela Justiça, sob o argumento de que seria necessário analisar mais detidamente as acusações. O Ministério Público diz em nota que já recorreu destas decisões. O processo tramita sob sigilo.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, as investigações foram feitas pelo Grupo Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) ao longo de três anos. Os promotores reuniram escutas, documentos, depoimentos de testemunhas e informações sobre apreensões de drogas e de armas. De acordo com o Ministério Público, todos os elementos de prova foram produzidos a partir de autorização e controle do Judiciário.

Segundo os dados apresentados pelo jornal, o PCC está presente em 22 estados brasileiros e em três países (Brasil, Bolívia e Paraguai), dominando 90% dos presídios de São Paulo. O grupo tem um faturamento anual de RS 120 milhões, além de um arsenal com 100 fuzis e dinheiro enterrado em sete imóveis comprados pela facção. A principal atividade desenvolvida pela facção é tráfico de drogas, que gera um lucro de R$ 8 milhões por mês.

Ao todo, o grupo tem 6 mil integrantes presos e 1,6 mil em liberda­de em São Paulo. Esse número sobre para 3,5 mil em outros esta­dos. Segundo as investigações, a cúpula do grupo, chefiado por Marco Willians Camacho, o Marcola, ordena assassinatos, encomenda armas e drogas, faz planos de resgate de presos e de atentados contra policiais militares e autoridades. O grupo ainda faz lobby e planeja desembarcar na política.

De acordo como Estadão, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) é um dos alvos da facção. As interceptações telefônicas mostram que pelo menos desde 2011 a facção planeja matar o governador. Em escutas recentes, a ordem de matar o governador foi novamente mencionada.

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