Alternativa única

Mulher com câncer consegue autorização para abortar

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11 de março de 2013, 18h11

O Tribunal de Justiça de Goiás autorizou o aborto terapêutico de uma mulher de 21 anos. Grávida de seis semanas, ela é portadora de "sarcoma alveolar de alto grau", um tipo de câncer bastante agressivo e com grandes chances de provocar metástases. As informações são do site Tribunal Hoje.

Em 1º de novembro do ano passado, a mulher passou por uma cirurgia de retirada do tumor e começou o tratamento com radioterapia e quimioterapia, em função da alta probabilidade de retorno da doença.

A desembargadora Avelirdes Almeida Pinheiro Lemos, relatora do processo, se manifestou pela concessão de um habeas corpus preventivo, com base no artigo 128, inciso I, do Código Penal, que prevê o aborto quando "não há outro meio de salvar a vida da gestante". Os outros desembargadores seguiram seu voto.

Riscos
Quando o caso foi julgado em primeira instância, o juiz negou o pedido, alegando que o tratamento e a gravidez simultânea não colocavam em risco a vida da gestante.

A diferença entre as decisões de primeira e segunda instância mostra que a batalha em torno do aborto terapêutico não se encerrou com a decisão do Supremo Tribunal Federal, em abril do ano passado, na qual por maioria dos votos liberou a interrupção da gravidez de anencéfalos.

Segundo a oncologista Solange Moraes Sanches, o tratamento químio e radioterápico nos primeiros três meses de gestação é contraindicado pela possibilidade de provocar aborto ou má formação no feto. O risco para a mãe não está na gravidez, mas em atrasar o início do tratamento. Esperar até o quarto mês de gestação, de acordo com Solange, não é uma opção no caso, pois a suspensão do tratamento pode inviabilizar as chances de cura.

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