Momentos de tensão

Ivan Sartori sofre perseguição no trânsito de Santos

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22 de junho de 2013, 17h10

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, foi vítima de uma perseguição no trânsito na última segunda-feira (17/6), em Santos (SP). Sartori estava no carro oficial do TJ acompanhado de dois policiais militares quando um veículo particular começou a persegui-lo. Quando os dois carros pararam, o homem que iniciou a perseguição desceu de seu carro empunhando uma pistola. Não houve troca de tiros e o homem, identificado como médico legista, até então desconhecia a identidade dos ocupantes do carro oficial.

Os policiais José Carlos Teixeira Moreira e José Paulo da Lavra, que estavam à paisana, anunciaram que faziam a segurança do presidente do TJ-SP. Eles relatam que o médico Guilherme Zanutto Cardillo identificou-se como policial civil, lotado no Instituto Médico-Legal de Santos.  A conduta do médico, nas esferas criminal e civil, será investigada pela 6ª Corregedoria Auxiliar da Polícia Civil.

O desembargador Ivan Sartori comentou o assunto na sexta (21/6). “Foi um incidente no qual, mesmo depois que os policiais do Tribunal de Justiça se identificaram, o médico permaneceu, por um bom tempo, apontando sua arma para eles. As providências necessárias foram tomadas pela polícia. O caso não guarda qualquer relação com os atos de vandalismo e violência dos últimos dias”, disse

Irritação
Os policiais da segurança do presidente do TJ-SP relataram ao delegado corregedor Eduardo Assagra Ribas de Mello que chegaram a cogitar “potencial risco” ao desembargador Ivan Sartori. Eles contaram que, após o sistema de sirene e alerta do carro ter sido acionado, o médico demonstrou irritação, dificultando uma ultrapassagem. Os policiais acrescentam que o motorista, então, começou a perseguição ao automóvel da presidência, chegando a cruzar dois sinais vermelhos.

Após pararem, o médico demonstrou ignorar que se tratava de um carro oficial, relataram os policiais. Eles contam que o legista questionou os PMS sobre o uso supostamente indevido das luzes de alerta. Segundo o médico, ele pensou tratar-se de carro particular, porque o automóvel a serviço do TJ não tinha nenhuma identificação de uso oficial. Ele argumentou que tentou, apenas, se aproximar para anotar a placa e informar a polícia — para comprovar isso, o médico mostrou o registro em seu celular de uma ligação para o 190 momentos antes de os carros pararem.

A arma do legista foi retida como medida cautelar, disse o delegado Ribas Mello. O médico também foi submetido, consensualmente, ao teste do bafômetro e toxicológico — somente o primeiro ficou pronto e o resultado foi negativo. No entanto, ele se queixou de o mesmo tratamento não ter sido dispensado aos policiais a serviço da presidência do TJ-SP.

A carteira de habilitação do médico legista está vencida desde o dia 2 de abril. Sua conduta no trânsito ainda será analisada e o delegado diz aguardar as provas das irregularidades cometidas.

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