Caso Tayná

Liberados jovens que assumiram assassinato sob tortura

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15 de julho de 2013, 18h45

A Justiça do Paraná determinou nesta segunda-feira a soltura dos quatro homens presos sob a suspeita de ter violentado e assassinado a jovem Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, no final de junho, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. Eles afirmam que confessaram o crime sob tortura. A defesa pediu ao Ministério Público para que os quatro recebam proteção assim que deixem a Casa de Custódia de Araucária, algo que deve ficar a cargo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado(Gaeco) do Ministério Público do Paraná. As informações são dos portais UOL e G1.

Nesta segunda-feira (15/7), o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná, Juliano Breda, viajou para Brasília, com o objetivo de pedir à Procuradoria-Geral da República que o caso fosse transferido à Justiça Federal e a investigação sobre a morte de Tayná ficasse a cargo da Polícia Federal.

Os quatro acusados trabalhavam em um parque de diversões que foi depredado pela população após eles confessarem o crime. Depois disso, três dos suspeitos contaram à vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Paraná, Isabel Kügler Mendes, que foram torturados para assumir a autoria do caso. O quarto suspeito confirmou a versão ao próprio presidente da OAB paranaense, Juliano Breda, que o encontrou no Complexo Médico Penal, para onde foi levado com sangramento intenso no ânus — uma possível decorrência da tortura.

Na sexta-feira (12/7), eles confirmaram em depoimento a membros do Gaeco que confessaram os crimes sob tortura, tendo sido vítimas de choques, sessões no pau de arara e empalamentos nas delegacias do Alto Maracanã, Araucária e Campo Largo, além da Casa de Custódia. Também na semana passada, foi divulgado resultado do exame de DNA feito no sêmen encontrado na roupa da jovem, com a comprovação de que o material não pertencia a nenhum dos quatro presos.

O caso agora corre em segredo de Justiça, e o prazo para que os quatro fossem denunciados à Justiça pela morte da garota termina nesta segunda-feira (15/7), mas o Ministério Público Estadual não apresentará denúncia, tendo mais 30 dias para finalizar o inquérito se o caso for mantido na alçada estadual. O promotor Paulo Sergio Markowicz de Lima, que atua no caso, afirma que os indícios que ligam o quarteto ao crime são fracos e que a investigação deve seguir a linha de que outras pessoas assassinaram Tayná.

Na manhã de domingo, Isabel Kluger confirmou que os quatro destituíram o advogado Roberto Rolim de Moura Júnior, que havia recomendado aos clientes que não prestassem novo depoimento. O afastamento do defensor foi pedido justamente quando o quarteto foi levado à Secretaria de Segurança Pública do Paraná para novo depoimento.

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